quarta-feira, novembro 19, 2008

19.11.2008

Cansada.
Extremamente cansada.
Dia após dia, o estafante trabalho tem me sugado as energias.
Trabalho Noturno, trabalho diurno, trabalho diurno e noturno.
Trabalho no qual é necessária uma dose de paciência, de conhecimento e de lábia, onde a voz precisa estar no timbre ideal, o sorriso espontâneo, o jogo de cintura perfeito, mais paciência, o olhar sério para os demais colegas, o respirar fundo, o controle dos brios para não perder a compostura com os manda-chuvas e finalmente o desgaste completo, físico e mental, quando o corpo recusa e luta um pouco mais, ao repassar tudo o que ocorreu e simplesmente perceber que mais uma vez o corpo se entregou ao sono e sequer percebeu este fato.
Trabalho em que os olhos percorrem as linhas, em que as costas judiam, que o corpo pesa e a cabeça balança para ver se desperta, bocejos que são dados, corpo que é esticado, corpo que escorre pela cadeira e o pescoço encontra o apoio a ela, braços pendendo, corpo pendendo e o abrir dos olhos assustados, um novo ajeitar, a mente a se estafar, a criatividade a voar, voar para longe, para bem longe dos pensamentos, a cama convidando, os olhos pesando, o relógio correndo e as palavras desabando, desabando junto ao corpo, junto à cama, junto às cobranças que falta muito pouco, falta pouco tempo, muito pouco tempo e o atraso se aproxima com a mente a gritar que a Rainha de Copas cortará minha cabeça, então como lebre corro, meus dedos correm, minha mente para... as palavras fluem e me assombro, pois tal trabalho, mesmo em meu completo cansaço ainda é admirado.
Trabalho estafante, estafante trabalho, trabalho que me arranca da cama quando o corpo começa a descansar, é um corre para lá, é um corre para cá, cobranças, cobranças, cobranças e eu ainda tenho que me arrumar, arrumar, arrumar e quando vejo há o badalar, seguro, corro, falo, falo e falo mais um pouco, o corpo cansado mostra sinais, mas ainda há muito mais, corro mais um pouco, corro para lá e para cá, liga, apita, digita mais um pouco, o corpo querendo continuar e o cansaço querendo me vencer, os olhos piscam um pouco e quando vejo já é hora de correr, cigarro, passos apressados e corro mais um pouco, vozes altas e tantos outros mais correndo um pouco, mais falares, mais silenciares, amis olhares atentos, olhares a se fecharem e a voz a me cobrar, cobra mais um pouco, cobra muito mais e com paciência atendo aquilo que está plausível, aceitável, mesmo que eu me esgote muito mais e quando penso que meu corpo sucumbirá, eis que a Lebre corre, passa, grita e mostra os ponteiros, então me despeço do trabalho que suga-me por inteiro, por completo, mente, alma, energias, sorrisos e beijo a fronte do pequeno que me é tão custoso, mas perto dos outros trabalhos, o trabalho de ser mãe tem suas recompensas.
Agora acho que dá para descansar um pouco.

segunda-feira, novembro 10, 2008

10.11.2008

Alguém sabe como mudar as trilhas do Destino?
Alguém sabe como encurtar as Distâncias?
Alguém sabe como tornar o mundo mais leve...
As lágrimas mais doces...
O nó na garganta mais suportável?
Quem quer que venha ler estas palavras, pode vir a achar que estou decepcionada com algo, mas isso foge em muito da profundidade de minhas palavras ou de minhas ditas "angústias".
Como escritora, que há tempos anda sem inspirações ou motivada para responder as cartas dos poucos e verdadeiros fãs que possuo, hoje parei para pensar mais arduamente em um assunto que vem sussurrando em minha mente.
Dizem que as trilhas do Destino são determinadas e que temos que passar por aquilo que ele quer que a gente passe.
Na verdade não é bem isso...
Destino nos oferta milhares de trilhas e nós temos que ter sapiência em escolhê-las.
Às vezes, vamos tão determinados por um certo caminho, que mais à frente um sentimento nos assola.
- Terei errado e se eu tivesse pego aquele outro caminho?
Então começamos a nos sentir culpado, e como nossos inimigos adoram ver isso em nossas almas.
Eles sorvem nossas dores, nossas angústias, e como predadores vorazes, a bebida dos deuses para eles, são as nossas lágrimas.
Quanto ao encurtar as distâncias...
Bom...
Dizem que a internet veio para isso. Para encurtar as distâncias. Para torna gratuita as ligações interurbanas, para vermos quem está do outro lado do mundo, mas sinceramente...
Eu acho que a Internet veio para tornar mais dolorosa ainda a existência da distância geográfica.
Como grande fã de Sci-Fi, sou daquelas que torce para que o teleporte seja logo descoberto, ou que a minha alma se eleve o suficiente para que eu, em um piscar de olhos, possa estar aonde quero estar.
Huuum...
Pensando bem, acho que tenho um lado um tanto quanto anarquista, ou caótico mesmo.
Já parou para pensar nas milhões de pessoas que eu estaria demitindo?
Construtores de carros, empresas de combustível, motoristas que vivem de levar as pessoas de um lado para o outro... Aviação, pilotos... Formula Um... Navios... Capitães... Astronautas... NASA... Até mesmo os lixeiros perderiam seus empregos...
YEAH.... Acho que é por isso que até agora os cientistas não revelaram para o mundo que eles estão a um passo de apresentar o teleporte para nós meros mortais.
U-Hú... Não será a água e o combustível que criarão a crise mundial, mas o Teleporte.
Recomponha-se Keyra, não percebe que tem olhares intrigados ao teu redor?
Ca-hãm....
Tornar o mundo mais leve.... Tornar o mundo mais leve... Aonde é que eu estava com a cabeça quando perguntei se alguém sabia como tornar o mundo mais leve?
Bom...
Esqueçam esta parte impensada...
Pulemos para a outra parte.
Não me olhe desta forma achando que sou louca quando perguntei se alguém sabe como tornar as lágrimas mais doces.
Opa...
Por que você está me olhando desta forma e está segurando uma camisa de força?
Para! Pera lá! Deixe-me explicar uma coisa...
Dizem que os Anjos, possuem lágrimas doces...
Doces não seria bem a palavra certa, mas tipo, elas não possuem aquele gosto salgado, sabe?
O sal contido nas lágrimas, é advindo de uma série de acontecimentos...
Antigamente nós tolos mortais, éramos agraciados com a visão dos Anjos, mas que por termos ousado e não termos sidos submissos por completo ao grande criador, nossas lágrimas ficaram salgadas, para que, com isso, não pudessemos mais enxergar a grandiosidade de toda a criação.
Ou seja, fomos proibidos de ver os Anjos, o Éden e até mesmo o outro lado da história.
Uma pena...
Por isso que eu gostaria de descobrir uma forma de voltar a ter minhas lágrimas "doces", pois você não acha uma tremenda injustiça ficarmos alheios a tudo o que ocorre?
É como se eu estivesse dopada na maior parte do tempo e eu não quero mais isso...
Eu quero o Caos.
Em sua essência pura.
Bela...
E Terrível.