terça-feira, dezembro 30, 2008

30.12.2008

O pequeno se encontra muito tempo na casa do Pai.
O que me deu uma chance considerável de dormir e me entregar à minha depressão como há muito não fazia.
Muito tempo pensando, escutando conselhos para me cuidar, às vezes sabendo por intermédio de meus agentes que as pessoas se preocupam comigo.
Às vezes sabendo que não sou bem quista.
Às vezes rindo por pensar se ainda vale a pena ou não escrever.
Então sou pega de surpresa, com as pessoas que reanimam meu lado de escrever, que dizem o quanto sou importante, o quanto faço diferença na vida delas e por essas pessoas, que às vezes choro, que às vezes sorrio e que às vezes me pego na vontade de manter este meu lado escritor.
Mas eu tenho um lado protetor.
Muitas vezes para proteger as pessoas que amo, me afasto, me isolo, me entrego às sombras de minha vida e então choro.
Choro sentindo um aperto no coração, enquanto as lágrimas escorrem na busca de alguém que me proteja de mesma forma.
E mesmo quando surgem essas pessoas, eu recuo, com aquela dor intensa no coração, pedindo para elas se afastarem, para me deixarem com o peso do mundo, porque eu sei, sei que nesses momentos não me contenho, deixo as palavras escaparem, eu firo.
Firo com a espada, afastando-as de mim, pedindo para me deixarem só, no abismo, na solidão.
Às vezes vista como ingrata, mas sabendo que faço isso apenas para protegê-las de um mal maior que vejo e que se desenrola nas linhas que escrevo.
Então escrevo...
Escrevo para o mundo...
Escrevo para poucas pessoas...
Escrevo para ninguém...
Apenas escrevo...
Pois meu acalento se encontra nas linhas que um dia serão lidas.
Fim de ano...
Nunca foi fácil para mim...
Compreendam.