sexta-feira, agosto 25, 2006

24.08.06

Keyra McKellen: *O casaco negro ainda se mantinha aposentado, mas os cabelos bicolores fariam parte da vida de Keyra por muito tempo. Cabelos bicolores, A pele clara para não dizer quase transparente por não tomar sol, e poderia estar com as botas de caminhada de sempre. Mas naquela noite. Especialmente naquela noite... Keyra estava descalça. Não porque estava em casa, mas por que a bota de caminhada estava ao lado dela enquanto ela se mantinha sentada pensando na vida em um parque. Não se preocupava se estava de noite e nem se preocupava com os malditos Fogs de Londres. Aquela noite estava bem diferente. Descalça e com um casaco branco feito em linha? Para quem conhecesse Keyra, com certeza ela estava bem diferente naquela noite. O Cigarro continuava guardado na bolsa e Keyra não estava sentindo falta. Tinha alguns dias que ela não sentia falta do vício maldito. Parecia não se lembrar também. Estava tão letárgica naqueles dias. Ela sabia que o pequeno estava bem na casa que eles estavam naquele maldito país de Bastardos. Mas ela não se preocupava com isso. A cabeça se recostava na árvore que estava logo atrás dela. Os olhos escuros apesar de estarem sombrios, estavam um bocado distantes por sinal. Keyra sentia uma leve pressão na altura da clavícula direita e os lábios levemente carnudos se mantinham fechados apesar dela estar pensando em soltar murmurares que viessem a dizer algo se alguém se aproximasse. Mas, Londres era Londres... E os parques não eram visitados à noite. Talvez se fosse por um Jack Estripador... Quem sabe? Ou até mesmo um dos mirabulosos casos de Sir Arthur Conan Doyle... Mas não era momento para se pensar naquilo. Esperava notícias para saber se certo Rei Branco recebeu ou não o pacote do Rei Negro que armara a emboscada*

Rigtheous Wrath: *Apreciava caminhar pela noite, principalmente pelas ruas de Londres. Todo o romantismo que envolvia aquele lugar, as histórias que lia, tudo parecia de alguma forma remetê-lo a um saudosismo. Não parecia se importar muito com o ar frio e úmido, trajava-se como um transeunte qualquer, com calças e sapatos sociais, pretos, e uma camisa branca, por cima um casaco parecido com aqueles que jogadores do time de futebol usavam. Notou Keyra parada, perdida em seus próprios pensamentos* Anseio... *disse ele em voz baixa enquanto se aproximava. Tinha uma expressão séria, um tanto rígida, mas que não deixava de passar alguma maleabilidade. * Não há nada como o ar daqui para relaxar, não é? *sua voz era baixa, quase rouca, com certo sotaque como se não fosse aquela seu idioma natal*

Keyra McKellen: *ele pode ver aquela moça que não aparentava mais de 25 anos e de pele extremamente branca. Típica de quem ousava não tomar muito sol. Os cabelos Bicolores, parte, castanhos e parte Ruivos balançavam vez ou outra por conta da brisa noturna. * Já pude provar de ares mais agradáveis para relaxar, mas tem certeza ao afirmar que aqui dá para relaxar ou se perder em pensamentos* A voz vinha em tom baixo em um sotaque extremamente carregado que não pertencia àquelas terras de Londres. Ou como diriam... Às terras da Rainha. Ele havia algo mais antigo, um sotaque que poucos utilizavam, ainda mais quando se tratava daqueles que não aceitavam as pessoas que cometiam impunidades em vão contra eles. * Quanto ao Anseio... *Volta a olhar para frente. Não tinha como não ter escutado a fala baixa já que o parque estava praticamente abandonado* devo confessar que realmente existe tal anseio. Sendo assim, preferi vir ao parque para pensar a respeito do assunto... *voltava a olhar para ele, com os olhos um tanto quanto escuros. Difíceis de definir se eram castanhos... Castanhos escuros ou até mesmo negros devido a luminosidade* O que o traz ao parque a uma hora como esta Sr.... *era esperta... Deixava a lacuna para que ele desse um nome formal para que ambos conversassem de forma calma, mesmo parecendo tão estranhas as circunstâncias da conversa. *

Rigtheous Wrath: *A garota era realmente um tanto vívida, no mínimo diferente, apenas pela primeira impressão que ele havia captado. Normalmente as pessoas com quem ele interagia deixavam passar pequenos sussurros que não favorece aos seus egos. Rigtheous não pode esconder um contido sorriso de satisfação. Colocou ambas as mãos para dentro dos bolsos da calça e deu mais alguns passos na direção da garota, como se julgasse que ela não o veria como algum tipo de ameaça. Tentava captar as pequenas nuances que ela esboçava. O sotaque tão diferente quanto o dele e de uma profundidade rara naqueles tempos. Aquele lugar não deixava de surpreendê-lo. Como Keyra, Righteous tinha a pele bem branca, tinha o aspecto meio franzino, mas com uma austeridade ímpar. Os cabelos longos acompanhavam o movimento da brisa sobre o parque* Tenho certeza que deve ter provado de ares mais agradáveis... *disse, como se não tivesse terminado seu raciocínio* Pode me chamar de... John... John Doe. *esboçou um meio sorriso com a piada que talvez ela não entendesse* Venho aqui provavelmente pelo mesmo motivo que você. Um passeio, um descanso. *suspirou pesadamente enquanto erguia o olhar para o alto. *

Keyra McKellen: *ela puxava as botas de caminhada que estava ao lado dela e com calma colocava novamente as meias e depois as botas... Amarrava com calma os cadarços e escutava o que ele dizia sobre o passeio do parque* Me admira escolher um ambiente como este... John Doe... *fala com calma em tom baixo, voltando a olhar o ambiente mais à frente* Poucas pessoas parecem despreocupadas em andar de forma calma nos parques que esta terra oferece. Se não fosse pelo horário, talvez eu visitasse as catacumbas e ficasse lá a observar os crânios... Quem sabe a dialogar sobre as possibilidades do porque eles foram condenados... *volta o olhar com os cantos dos olhos voltando a recostar-se no tronco da árvore... A pressão sobre a clavícula direita estranhamente passara* Creio que não gosta muito de andar ao sol... Apesar de que dependendo da época, esta terra oferece mais dias sombrios com seus Fogs do que o sol propriamente dito.

Rigtheous Wrath: Visitar as catacumbas, uh? *fez uma pequena pausa, enquanto observava Keyra a se arrumar, os olhos fixos ao corpo da mulher pareciam procurar por pequenos detalhes que poderiam dar mais detalhes sobre a postura, a personalidade da mulher. * É um passatempo... uhn, exótico? *sua hesitação nas palavras era proposital, apenas um jogo de palavras e não um acanhamento genuíno. * E qual é a metodologia que você usa para descobrir a razão de terem sido condenados, uh? Há tantas formas de morrer como há formas de viver... Ou estou lidando com um gênio, uh? *deixou que um sorriso de canto de lábios escapasse* Realmente, mas ainda assim, não deixa de ser um lugar agradável... Mesmo com toda a escuridão *deliberadamente, evitou a pergunta que ela havia feito sobre andar no Sol. *

Keyra McKellen: *ela puxava uma das mechas bicolor do cabelo, que tinha pendido e ficado à frente do olhar dela, para trás e suspira de forma longa enquanto ele falava sobre como ela descobriria por que as pessoas foram condenadas. Por um momento ele pode ver um sorriso com o canto dos lábios, enquanto ela apoiava as mãos ao solo gramado e se erguia com calma... Por um tempo de cabeça baixa ela bate uma mão à outra de forma leve a espantar talvez um pouco do barro e do gramado que ficara preso às mãos* Com certeza é um passatempo exótico. Digno de turistas de todo o mundo, quando eles resolvem visitar as catacumbas. Quando tentam descobrir os caminhos utilizados para a maior tentativa frustrada de terrorismo... Remember... Remember.. *ela murmura sorrindo se lembrando de uma frase, que muitos ainda se lembrariam* Quanto a descobrir o porquê da condenação... *ele pode ver o sorriso de Keyra se alargar, enquanto os olhos dela se erguiam na direção daquele rapaz que puxara a conversa* Converse com eles... *estava sendo sarcástica? Irônica? Ele pode notar ela levar as mãos aos bolsos do Jeans que ela usava. Aparentemente nova isso era certo, não devendo pesar mais do que os 60 kg para quem media entre 1,70 ou 1,75... * Eles podem dizer algumas coisas interessantes... Mas lógico... Isso se você acreditar em espiritismo ou acreditar em fantasmas... *ele podia ver-la andando um pouco como se fosse rodear a árvore e então abaixar um pouco o corpo e pegar algo no chão... E então Voilá... Pegava uma bolsa em tons marrons que tão bem se disfarçara perto da árvore*

Rigtheous Wrath: *ouviu as palavras de Keyra com demasiada atenção. A conversava tomou um rumo de certo interesse para ele. * Pelas catacumbas, é? Hah, estes turistas... *levou uma das mãos a nuca, como se risse de sua própria ignorância. * Você sabe é... mm... *arqueou uma das sobrancelhas como se esperasse que ela, naquele momento, preenchesse o espaço deixado para completar com o seu nome. Continuaria a falar de uma forma ou de outra* Eu acho que não é tão tarde assim como diz *olhou para o pulso, puxando a blusa, para que pudesse ver o horário naquele momento* Eu não conheço destes costumes... Talvez você não se importasse de mostrar isso para um perdido turista. Quem sabe não posso descobrir algo interessante também, uh? *deu alguns passos se afastando dela e logo parando, de costas para ela. Mãos nos bolsos, sem a olhar* Eu não sou tão cético a ponto de desconsiderar a presença de coisas sobrenaturais... Você sabe... *sua voz se tornou um pouco mais grave, quase solene* Se o Altíssimo permite que humanos andem sobre a terra, porque não permitiria que suas almas perdidas não vagassem pelo limbo? *fez uma pequena pausa de função puramente dramática, retornando ao tom mais baixo e rouco de voz em seguida. *

Keyra McKellen: *ela coloca a bolsa devidamente com a alça presa ao ombro e abrindo-a tira de dentro um celular e verifica as horas. Com certeza era uma pessoa que não dava muita importância de verificar o tempo inteiro que horas poderiam ser, já que dispensava um relógio e usava o celular para tal função* tem certeza... Não está tarde o suficiente para que a visita às catacumbas seja negada... Mas creio que a visita ao local deverá ficar para outro dia ou para outra hora... Primeiro tenho que me preocupar com pequenos assuntos pendentes* realmente ela tinha que se preocupar... O pequeno estava em casa assistindo um desenho qualquer... Para ele, aquela terra ainda era estranha e Keyra não podia facilitar muito em certos pontos, já que ela tinha levado o pequeno junto com ela. Nada das notícias sobre o pacote ter sido entregue ainda e isso estava começando a deixar mais pensativa. * Eu poderia explicar as coisas com calma... Isso seria certo... Talvez em uma tarde neste mesmo parque... Quando o sol estiver um pouco mais ameno... *dava de ombros e começava a caminhar um pouco* As tardes também costumam ser bem mais tranqüilas... Creio que na verdade a esta hora... Eu diria que para turistas perdidos arriscarem as catacumbas não seria nada agradável. Mesmo sendo abertas ao públicos, algumas pessoas acabam.. *ela sorri e olha por cima do ombro* desaparecendo...

Rigtheous Wrath: *seus olhos, sempre tão abertos além do que seria considerado normal, podiam ver os resquícios de preocupação da mulher, talvez fosse um sentido materno... Talvez fraterno, de esposa. Franziu o cenho, como se quisesse ver mais além do que já era capaz de ver, as pequenas fagulhas da aura da mulher pairavam ao seu redor e vez ou outra lhe dava um vislumbre de como ela se sentia. Ela não parecia estar fazendo algum tipo de brincadeira quando falava sobre a questão dos mortos e a iminência de ela tomar seu caminho, fez com que Rigtheous desse um pesado passo a frente, mas que logo recuou, como se ele se restringisse a não detê-la de seu caminho. Vendo que ela estava de costas para ele, meneou a cabeça em negativo, tentando juntar seus pensamentos. Conhecimento, o doce néctar que aos seus lábios era tão saboroso. * Talvez em uma outra ocasião... *sorriu, sem jeito, interiormente não muito feliz com o proceder que se teve. Era impaciente às vezes. * A propósito... O mesmo anseio que senti quando me aproximei de você... uhn *olhou ao redor* ainda posso sentir em seu, uhn... Maneirismo. Talvez tenha algo que um turista poderia fazer por você antes de se perder no caminho para o porto.

Keyra McKellen: *se havia algo de estranho na aura de Keyra... Era ver que realmente ela parecia estar ansiando por algo... E ao mesmo tempo em que estava preocupada com algo... Mas às vezes... Isso tudo parecia tornar-la em alguém fria e certa em seus objetivos... Ela tinha olhado para trás. Tinha visto o arrastar do pesado passo que recuara... E voltou a olhar para frente escutando as palavras que poderiam ser mágicas... "Talvez em uma outra ocasião"... Sim... Sempre havia outras ocasiões... Algumas pessoas estranhamente esbarraram com aquela escocesa mais de uma vez... E sempre foram ocasiões estranhas* Meus maneirismos muitas vezes entregam muitas coisas... Ou talvez eles possam ser vistos como atos mecânicos um tanto quanto disfarçados para apenas apresentar às pessoas aquilo que elas querem observar... Tal qual um espelho... *ela se voltava sob os pés enquanto se afastava em passos lentos andando para trás* O algo... Que se poderia fazer... É deixar que Destino guie seus passos... É o máximo que você poderia vir a fazer... Quanto a me perder... *ela sorri virando-se para frente... Não... Com certeza ela não iria para o porto... Mas iria para um bar... Quem sabe para se aprofundar mais ainda em seus pensamentos, antes de retornar para casa e ver como o pequeno se encontrava* Eu com certeza não me perderei... Mas é mais fácil que você se perca em minhas palavras e meus devaneios e fique mais perdido do que se encontra... *A voz dela ia ficando cada vez mais baixa enquanto ela se afastava e deixava que o Fog que se deitava sobre Londres começasse a esconder seu corpo de mulher de cabelos bicolores*

Rigtheous Wrath: *esperou que a mulher sumisse em meio a névoa, ficando apenas parado a observando, até que sua silhueta se extinguisse por completo.* Hum... yahia... yahia... *se abaixou próximo onde a mulher estava mexendo anteriormente e pareceu tocar, como se procurasse por algo* Talvez, mulher... Talvez. *se levantou e olhou ao redor. Chegar ao porto no meio daquela névoa seria um serviço quase homérico para ele* Talvez se eu tentar a esquerda... *tomou seu caminho contrário ao da mulher*

Keyra McKellen: *ela parecia não ter esquecido nada por ali... Apenas a presença dela era o que poderia ter como resquícios daquela conversa que ambos tiveram... Sim... A silhueta dela pode ter desaparecido em meio ao fog... O que poderia ser uma coisa de 3 metros a cinco metros, já que o fog estava um tanto quanto denso... Denso como ela tinha citado uma vez... Cenário típico de Sir Arthur Conan Doyle... Mas palavras são sempre palavras e mesmo baixas em um local deserto... Podem ser ouvidas... Como os murmurares dos ventos... Ela sorria com as mãos ao bolso da calça, mesmo não podendo ver o vulto do estranho rapaz... “Esquerda”... Ela para pensativa por um tempo. Tentava se lembrar do mapa de Londres... Não... Não... À esquerda era capaz dele chegar a Scotland Yard... * "Mais sorte na próxima vez" *pensava sobre as dificuldades que o Fog impunha sobre os desavisados turistas... E então girou sob os pés... Talvez assim... Apenas assim o rapaz se desse conta de que a moça de cabelos bicolores talvez não estivesse tão longe dali*

segunda-feira, agosto 21, 2006

21.08.06

Keyra McKellen: *O casaco negro estava aposentado já tinha alguns dias. O calor andava um pouco insuportável e Keyra não andava muito no clima para usá-lo. Tinha feito uma breve viagem para visitar uma outra amiga. Mas viagens são viagens e infelizmente aquela havia sido curta.. A volta a vida não tão rotineira agora, já que ainda estava de férias estava aumentando em muito o nível de Stress.. a vontade de gritar e ao mesmo tempo de se entregar a letargia crescia cada vez mais em Keyra Mckellen. Ao menos ela ainda não tinha mergulhado no obscuro quarto da depressão... Estava estranha isso era certo.. todos que a conheciam diziam isso.. estava se isolando mais do que o normal.. mas os cabelos ainda continuavam bicolores. Ficariam deste jeito por muito tempo. Keyra pensava nos últimos dias em que algumas coisas engraçadas aconteceram assim como coisas chatas. Mas na verdade preferia esquecer isso.. estava gastando dinheiro e não estava nem aí se no final das contas arranjaria dinheiro tão cedo ou não. O importante era curtir o momento do despendio da grana. Os olhos sombrios estavam fixos nas linhas que seriam lançadas como uma isca. Sim.. por que não pensar que suas linhas escritas.. às vezes de forma extrovertida às vezes um tanto quanto sombrias.. e às vezes preocupantes demais para acharem que ela poderia ser uma psicopata em pessoa, não eram iscas para atrair a atenção de olhos mais argutos? Ela sorri com os cantos dos lábios.. tinha conseguido ao menos passar um dia sem o maldito vício que insistia em querer voltar. Mas estava tentando se esforçar em largar o vício que parecia tão convidativo em momentos como aquele.* tenho que manter minha mente ocupada* murmura enquanto escuta um riso que escapava. Sim ela estava em casa e demoraria a sair naquele dia. Um certo amigo perguntava se aquilo seria uma forma dela descontrair enquanto fazia suas viagens.. e ela dava de ombros dizendo que podia até ser... mas em sua mente, enquanto pensava no que as linhas dela atrairiam, Keyra escutava o celular tocando* McKellen... *murmurava de forma baixa escutando uma voz bem conhecida. O sorriso se alargava então* Sim.. Sim.. eu estou com um pedaço de papel aqui.. poderia repetir? *Keyra então anotava um endereço.. escrevia-o de forma rápida, enquanto deixava o celular preso ao ombro e ao ouvido. Mantendo uma das mãos a segurar o dito papel, que na verdade era um retrato retirado de um jornal com o título da notícia ao qual foi empregado aquela foto. escrevia no rosto da pessoa que aparecia na foto, com um olhar sádico para quem visse a Keyra quando ela estava em seu estado mais sombrio* Está anotado. Fico te devendo esta... *ela apoiava a caneta sobre a foto do jornal e então girava a cadeira* Não.. não.. eu não quero este tipo de servicinho.. não no caso dele.. mas assim que surgir um serviço eu prometo que chamo você.. seja aonde for.. esteja aonde estiver.. *sorri se erguendo* Sim.. sim.. estarei indo para as terras da Rainha em breve.. não se preocupe.. eu sei o que eu faço.. sempre soube.. apesar de ter as minhas dúvidas de vez em quando... *Keyra então chegava perto da porta escutando então o som de um desenho que o pequeno adorava* é.. ele está bem.. às vezes um pouco arredio.. mas bem... *voltava para o local onde estava o computador, o segundo vício que ela possuía* pode deixar.. eu entro em contato.. você sabe que eu sempre entro, não? *sorria escutando mais algumas palavras e depois se despedia.. estava na hora de arrumar as malas* HEY!! ESTAMOS PARTINDO AMANHÃ!!! *começava a arrumar as malas sabendo das várias reclamações que ouviria. escuta a fatídica pergunta se eles estavam voltando para casa e ela responde* em breve pequenino.. em breve.. tenha paciência... *ela pode escutar então o bufar e logo sabia que ele estava a ver a tv de novo... no fundo apesar da vida conturbada que o pequeno dava a ela.. ela se divertia um bocado depois, relembrando de tudo. Teria que fazer o tempestinha dormir mais cedo.. mas como ele tinha acabado de tomar um banho quente bem demorado.. e ao som da tv.. ela sabia que não demoraria muito para que ele estivesse sob efeito das areias de Morpheus e logo estaria entregue as terras de Sonhar.. ela poderia vir até contar nos dedos o tempo que ele seria nocauteado pelo sono, já que ele tinha tido um dia inteiro de diversão na Terra da Oportunidade.. O silêncio do pequeno se fazia grande.. ela escutava apenas o som da TV e então com passos calmos chega à sala e pode ver o pequeno em seu ressonar... Sorri pegando uma coberta, pois mesmo estando calor ela não acreditava na sorte e cobre o corpo do pequeno.. por um tempo mais ela trabalha em cima de uma coisa ou outra.. conversa com os contatos que ela possui nos mares virtuais e então resolve dormir.. sabe-se lá quantas horas dormiu.. tinha se entregue àquela letargia tão gostosa e apenas escutou o som do telefone com uma voz conhecida a dizer* O táxi estará aí em meia hora.. levante-se e lave o rosto... *escutava aquela voz e se perguntava como ele poderia saber que ela estava entregue a um dos pecados capitais.. mas apenas desliga o telefone depois de um obrigada se erguendo em seguida.. o pequeno ao menos soube se virar bem sem a presença dela.. estava de novo na frente da TV e com as malas já na sala, parecia não dar muita atenção ao aspecto sepulcral que ela se encontrava.. talvez fosse um erro levá-lo junto daquela vez.. mas Keyra não se importava.. por que não ao menos daquela vez? Acaba sorrindo e então lavando o rosto e se arrumando.. a buzina do Táxi se fez presente e ela apenas pegou as malas* desligue a TV.. *o pequeno atendia e os dois iam então para o aeroporto... era momento de regressar a uma terra desgraçada.. malditos fossem os Ingleses.. mas de lá iria para casa.. para as Highlands.. Mal pode notar o transcorrer do caminho.. acabara dormindo.. cochilando no transcurso.. acordou com o pequeno a discutir com o taxista e ela quando olhou a quilometragem falou para o Taxista* tente roubar as pessoas que desconhecem o valor da próxima vez... *resmunga retirando as malas e deixando o pequeno sair... quando ela paga apenas o que seria o condizente o taxista sai reclamando e então pode ver Keyra se virando e o olhando nos olhos com um olhar muito obscuro.. O celular tocava e ela escutava a voz conhecida ao atender* Não.. se preocupe.. *O taxista olhava o descaso da mulher e ao que tenta se aproximar o pequeno grita* POLÍCIAL... ESTE HOMEM ESTÁ QUERENDO ROUBAR A MINHA MÃE!!! * Uma criança é sempre uma criança e elas sabem muito bem como chamar atenção.. Keyra sorria com os cantos dos olhos.. o pequeno era esperto e o Taxista engolia a seco vendo o policial a se aproximar* Algo errado Srta.? *O taxista se adianta sorrindo e olha para o policial..* Não.. não.. nada de errado.. na verdade eu.. ahn.. estava desejando uma boa viagem para a srta. e seu Filho.. *O pequenino bate o pé no chão, enquanto Keyra verificava o horário* NÃO.... NÃO.. E NÃO... ELE TENTOU ROUBAR A MINHA MÃE... SÓ POR QUE ELA DESCANSOU NO TÁXI.. ELE QUIS COBRAR MAIS CARO... *o pequeno era esperto.. Keyra tinha ensinado bem o valor das coisas para ele.. e o policial olha para o Táxi e para a Keyra* Isso é verdade? *Keyra dá de ombros* devo concordar com o pequeno... a quilometragem do local que eu estava para o aeroporto não passa de 30 dólares.. faço sempre este trajeto quando estou por estas bandas.. nunca tive que pagar mais do que isso.. e hoje ele me cobrou 70 dólares.. *O policial olhava para o Taxista e ía checar o que ela dizia.. Keyra indica o endereço e o Taxista se adiantava* mas... mas... eu aceitei o valor Sr. policial.. *e o pequeno não perdoava* só porque eu chamei o policial.. *estava irritado com a viagem.. era claro que aquele vôo seria um inferno* Policial... eu realmente preciso embarcar.. já que o Taxista aceitou o preço justo.. creio que ele não fará mais isso não? *O policial olhava para a Keyra e perguntava se ela não abriria queixa.. ela dizia que não, mas o policial resolveu acompanhar a mulher de cabelos bicolores e a criança até o Check-inn e depois para o portão de embarque.. o pequeno saiu um pouco de perto para comprar chiclete pois assim Keyra deu dinheiro para ele e o policial solta em baixo tom* se quisesse... com certeza o taxista não faria mais isso.. mas Boa Viagem mesmo assim.. espero que sua caça seja bem sucedida... *ela sorria apertando a mão do policial* Obrigada pela dica do endereço... eu te ligo quando chegar lá. *o pequeno se aproximava e então Keyra ia para o portão de embarque. O pequeno sorria* que policial legal... *keyra sorria, não podia dizer muitas coisas sobre o "policial" mas sabia que aquele Taxista estaria com os dias contados.. O celular tocava mais uma vez.. ela via o número e atendia* Sim.. sim.. eu sei me cuidar... Huuum a respeito daquele assunto.. tá.. considere como um serviço então.. *ela passava a mala pelo detector e o cara da alfândega via o pequeno correr de um lado para o outro* olha.. preciso desligar.. mas eu te ligo do avião.. é.. é.. para continuarmos a conversa e você me dizer como foi seu trabalho.. ok? *ela sorria e desligava o celular... passando pelo detector de metais e pegando o celular do outro lado depois que ela abria para provar que não carregava uma bomba no celular.. Keyra e o pequeno pareciam ter chegado no momento certo do embarque e eles entraram no avião .. ela escolheu um local bem no meio... diziam que era o pior local já que era perto das asas.. turbinas.. verdadeiros tanques de combustíveis o melhor local para não escapar de uma explosão.. mas ela mesmo assim ía ali.. ao centro de tudo.. escutando o pequeno mascar o chiclete... já reclamando de um monte de coisas.. Keyra pegava na bolsa o pequeno isqueiro azul e olhava para ele* Hora de sobreviver não? *murmurava e o pequeno a olhava* você prometeu.. *ela suspira* sim.. eu prometi..*guardava o isqueiro e suspirava.. o pequeno não sabia.. nem poderia saber ainda que ela tinha voltado ao vício mais uma vez.. mas ela estava se esforçando.. estava tentando largar o vício maldito... tinha que fazer isso, não só por ele.. mas por uma pessoa mais. A viagem começa.. vinha toda aquela parafernália e burocracia para que desligassem o celular, apertassem os cintos e o restante todos sabiam bem o que devia fazer.. o pequeno tentava fazer bolas com a goma de mascar.. dava uma goma para Keyra.. pedindo que ela o ensinasse.. e Keyra mascava a goma de sabor de pasta de dente que o pequeno tanto gostava.. mascava uma.. duas, mais algumas vezes e começava a fazer as bolas.. tentando ensinar ao pequeno.. ele estava começando a aprender, mas ainda não achava justo ele não conseguir fazer uma bola tão grande quanto Keyra fazia e logo vinha aquele Bico enorme e aquela cara zangada com os olhos a lacrimejar* Não é justo... *Keyra sorria.. se lembrava de um antigo filme de uma garota que dizia isso o tempo todo... mas a vida nunca era justa.. nunca seria... quem ligaria no fim das contas? o avião continuava a sua viagem longa à terra da rainha e então ela pode pedir para fazer uma ligação... Detestava ligar de aviões.. mas ele tinha lá seus meios* Oi.. sim.. *ela olhava para o lado.. via o pequeno empurrando a cadeira da frente com os pés.. enquanto mantinha os braços cruzados* Não é justo... *o pequeno reclamava e ela voltava a olhar para frente* é.. é isso mesmo... *falava pouco de forma que quem falava com ela compreendesse o quadro em que ela se encontrava* Pensarei no caso.. mas *então ela escutava a resposta do que ela pensava em perguntar* Huuum... certo.. farei a transferência assim que ... *ela sorria* Isso está se tornando um vício para você, não? *O pequeno a olhava.. odiava aquela palavra vício.. compreendeu o sentido da palavra por conta da forma nua e crua que Keyra explicou o que significava aquilo.. Keyra então olhava para o relógio* eu aviso.. se algo der errado.. ok? *ela fechava os olhos por um tempo* certo... certo... nos falaremos depois... *O pequeno empurrava então com força o banco da frente a incomodar o passageiro que escutava a voz de Keyra a falar no telefone e o pequeno falando de novo* Não é justo... *O passageiro se levantava e se virava para ela* Olha aqui minha Senhora.. *quando o passageiro firmou o olhar naquela mulher com estranhos cabelos bicolores.. olhava para ela e para a criança e se perguntava se retificava em chamar a garota de Senhora.. já que ela parecia não passar dos 25 anos... seria irmã mais velha da criança então? Ela fazia um sinal de espera* depois eu falo com você.. o Inferno resolveu abrir as portas.. *Keyra desligava o telefone e então olhava para o pequeno* Olha.. eu sei que não é justo.. nunca foi justo para ninguém ok.. se você quiser eu te mando de volta para aquela terra infernal e você fica com seu pai.. certo? *O pequeno olhava para ela e respondia* Eu fujo de lá.. e você nunca mais me vê.. *fazia cara de zangado e o cara começava a se perguntar se falaria mais alguma coisa depois de ver o olhar dela sobre a criança* Você me pede para eu não continuar o vício.. eu estou tentando ok.. mas pega leve.. a vida não está fácil para ninguém.. você acha que é justo tudo isso que estou passando? *ela estava com os punhos cerrados e o passageiro começava a ter dúvidas sobre a garota* Não.. não é justo tá? Nunca foi Justo.. mas mesmo assim eu me esforço.. agora dá para você calar a boca e ficar quieto? *estava perdendo o controle... e o pequeno gritava com ela* Cala a boca Você.. eu te Odeio.. te Odeio.. *ela franzia o cenho.. o olhar estava bem próximo de alguém que iria explodir e espancar o garoto, mas ela então virava as costas e o passageiro via Keyra saindo de perto da criança.. a criança então deixava algumas lágrimas caírem enquanto Keyra se trancava no banheiro do avião.. sentando-se no chão e contando muitos números para tentar se conter e não chorar por conta do Stress e porque estava tentando largar o vício que tinha voltado com a desculpa dela não descontar a raiva em cima do pequeno* eu sei.. eu sei.. eu sei que o vício do cigarro não ajudará... *murmurava em voz baixa batendo de leve a cabeça na porta com os olhos fechados... depois de muitos números contados e de algumas batidas leves na porta com perguntas se ela estava bem.. Keyra se levantava.. lavava o rosto. e se olhava no espelho.. se lembrava de uma frase que escutou*"Estás muito mais para desespero neste exato momento, irmã.. " *Os olhos dela se fecham depois que ela se observou no espelho e ela respirava fundo.. abrindo a porta* Tu és Destruição meu caro Irmão.. Pois Ele Destrói para reconstruir.. para recriar o que já fora criado.. Destrói os sonhos daqueles que por ti são consultados.. moldando em suas mentes.. suas almas.. e seus corações.. o mundo que Você gostaria que eles vissem.. *A aeromoça não compreendia o que ela estava falando e apenas vê Keyra voltando para o banco.. o Passageiro que estava incomodado estava sentado ao lado do pequeno que estava de braços cruzados e chorando de forma silenciosa.. o homem olhava então para Keyra e se erguia.. antes que ele viesse a falar algo.. Keyra abriu passagem para o passageiro.. sentou-se ao lado do pequeno e puxou-o para perto depois de erguer o braço do banco.. fazia-o deitar sobre suas pernas e afagava os cabelos do pequeno.. o silêncio se fez presente entre os dois.. e o homem já não compreendia mais nada quando escutava o pequeno desabafar* Te amo...*ela suspirava e murmurava* eu também... *O resto da viagem foi tranqüila e depois de desembarcar o pequeno corria no aeroporto.. estavam na Terra da Rainha.. agora faltava muito pouco.. Keyra retirava do bolso a foto do jornal amassada.. olhava mais uma vez o endereço e suspirava* Rei negro derrubado no tabuleiro... *Guardava de novo a foto e via o pequeno perguntando se podia comprar uma lembrança.. uma revista.. alguns doces.. livros e tudo o mais que ele via... e Keyra apenas entregava a ele o dinheiro enquanto se preocupava em pegar a bagagem.. ele saberia se virar.. Keyra pegava a bagagem.. passava pela alfândega.. deixava tudo certo e ia caminhando para a saída do aeroporto.. o pequeno voltava correndo para a alfândega e perguntava sobre uma mulher de cabelos bicolores. o rapaz informava que ela estava indo para os táxis e que tinha sido este o recado.. Crueldade? na verdade não.. Keyra estava a chamar um táxi quando o pequeno se aproxima e falava que ela o abandonou.. Keyra sorria e o olhava* e você estava bem achando que eu iria embora sem você? *O taxista sorri.. era um jeito estranho o dela, aquele sotaque escocês era bem forte.. mas era um sotaque que era pouco usado na escócia.. o gaélico. apenas os Highlanders falavam com gosto aquele tipo de escocês. ela abre a porta e olha para o pequeno que entrava no carro.. * então? o que comprou? *O pequeno olhava para ela ao ver que as malas tinha sido guardadas e que Keyra se sentava ao lado dele.. relatava tudo que tinha comprado para ela, enqunto ela dizia o endereço para o Taxista.. logo eles saíam do aeroporto e o pequeno não parava de falar. O táxi seguia os caminhos certos.. a moça escutava a criança que não parava de falar e apontava a ela os pontos turísticos que tinham no caminho.. o celular dela mais uma vez tocava* sim.. sim.. eu já estou na terra da rainha.. uhum.. ele está mais calmo agora..*ela olhava pela janela, os prédios.. era um local interessante, se não fosse pelos malditos ingleses arrogantes com sua mania de se acharem os melhores... tá certo que naquele dia aquele maldito bastardo a venceu.. e lógico.. ela trapaceou.. enxergou um caminho que Destino a mostrou depois de um tempo de refletir sobre o vulgo xeque-mate que não foi xeque-mate.. mas no fim.. foi divertido* é.. estarei naquele mesmo local que eu costumo ficar nesta terra com Fog.. cenário típico do Sir Arthur Conan Doyle... *ela via o local se aproximando e o táxi diminuindo a velocidade... o taxista olhava para ela e perguntava* Ficará por aqui? *ela sorria e deixava o pequeno no carro* não.. só levarei um pequeno tempo aqui para acertar umas contas *O cara sorria* então você.. *ela batia a porta do carro* espero que você tenha seguro de vida... *O pequeno mostrava a língua a ela e via a placa dourada na entrada do prédio* Psi.. Psi...có.. *arqueava a sobrancelha e o motorista ria* Ela veio aqui para que? *O baixinho dava de ombros* não sei..* O motorista via então o pequeno lendo o que tinha comprado.. e lia em voz alta para o motorista escutar o que ele lia.. Keyra apenas subia as escadas e olhava então para onde devia seguir... chegou por fim no local destinado.. olhava para os lados enquanto a secretária olhava para ela* Poderia ajudar? *Keyra observava bem o local.. guardava bem na mente as linhas daquele lugar* quanto que é a consulta com o Dr.? *A secretária perguntava se ela era a paciente, se tinha a hora marcada, dizia sobre a agenda lotada do doutor e Keyra repete a pergunta* eu apenas perguntei quanto que é a consulta.. terei que desenhar hieróglifos para você compreender? *O sotaque carregado deixava bem claro a descendência de Keyra e talvez aquele olhar que agora se firmava nos olhos da secretária fizesse com que ela respondesse... o valor.. Keyra então leva a mão ao bolso da roupa que ela vestia e retirava o maço de euros.. jogando sobre a mesa da secretária o valor referido* diga ao Dr.. que o Rei negro pode ter caído no tabuleiro.. mas que o Destino mostrou outro caminho...*ela se virava e saía com calma e a moça não compreendia o porquê daquele dinheiro* Sra... espere... *Keyra apenas retruca* É bom que este dinheiro chegue nas mãos dele.. *Keyra sacava o celular e murmurava algo depois de ligar* Sim.. preciso de um serviço... preciso que você confirme se ele recebeu o pacote... *ela nem escutava mais a voz da secretária que ficava aturdida.. o que ela falaria para o Dr.? Que uma mulher de nome desconhecido de cabelos bicolores pagou o valor de uma consulta e disse coisas estranhas? Keyra nem sabia se a mulher iria anotar ou não o recado.. mas ela saía do prédio e podia ver o pequeno ler em voz alta alguma coisa para o motorista.. ela pode ver que o motorista se mantinha atento na leitura do pequeno.. o pequeno sabia cativar quando queria... Muitos diziam que ele era um amor.. mas não tinham conhecido o lado Sombrio do pequeno ainda... ela reclinava o corpo antes de abrir a porta e escutava o que ele estava a ler.. sorria.. o pequeno lia para o motorista 20.000 léguas submarinas.. os dois estavam tão entretidos ali que ela poderia fumar um cigarro que eles não notariam. mas não era hora.. Keyra abria a porta do Táxi interrompendo a leitura do pequeno dando ao motorista um outro endereço.. o pequeno reconhecia o endereço e sorria* OBA.. Poderei Ver meu desenho favorito!!! *ela sorria* Sim.. sim.. você poderá ver... *O taxista sorria e então partia daquele lugar indo para o local referido.. na mente de Keyra ela sorria, pois o Dr. poderia ter a vencido na partida de xadrez.. mas quem o colocava em Xeque era ela.. pois agora ela sabia aonde encontrar-lo.. já ele?* Chegamos.. *respondia o taxista e ela saia do táxi pagando pela corrida e pegando as malas.. o pequeno vinha atrás dela e abria a porta ao pegar as chaves no bolso de Keyra*ÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ *Abria a porta deixando que Keyra se encarregasse do resto.. ligando a TV e indo assistir o desenho que tanto queria ver.. Keyra entrava.. trancava a porta e largava as malas.. ia para o quarto para ligar o computador.. sim.. o irmão ainda estava on-line.. ela falava algumas coisas com ele e a noite enfim terminaria... por enquanto*

domingo, agosto 06, 2006

Consulta Informal

Keyra McKellen: *Mal conseguia acreditar que ela tinha ido a uma boate comemorar o aniversário de uma amiga. Mal conseguia acreditar que passou a noite inteira dançando sem se importar com as pessoas ao seu redor. Para Keyra, aquela noite tinha sido ótima. Tinha se divertido um bocado. Riu um bocado, uma coisa que ela não fazia há muito tempo. Chegou a conectar na Net, apenas para verificar o movimento. Tinha sorrido de modo fraco ao ver o irmão dormindo e saiu de fininho antes que o despertasse. Mas Keyra tinha prometido ir ao serviço logo cedo e assim ela o fez.. segurou a barra por não mais do que duas horas até os outros assumirem seu lugar. E ela mesmo tendo dormido tão tarde, estava sem sono algum.. curtia o Parque, com aquele sol. Tinha comido alguma coisa e o casaco Negro e pesado, companheiro de guerra estava ali, perto dela. Não vestido, mas perto dela apenas. Os cabelos bicolores presos em um rabo de cavalo deixavam os fios acariciarem suas costas semi-recostadas no banco em que ela estava* é.. foi uma ótima noite sabia? *sorria deixando o corpo se esticar. A blusa negra que ela usava, era fora dos padrões normais. Nunca um decote daquele tinha sido usado. Um decote em V, que deixava uma pequena parte de seus seios expostos. Riu um pouco pensando que ela nunca tinha exposto tanto o corpo assim. Ainda assim o decote não a deixava vulgar e até mesmo os seios da amiga de longas datas eram mais avantajados do que os dela.* Ela realmente continua do mesmo jeito. Um tanto quanto ousada, mas bela e sedutoramente... *suspira sorrindo... ela não era lésbica, mas tinha grande admiração pela amiga.. Uma das poucas que ela considerava realmente amiga e os olhos escuros de keyra então se voltam para o banco vazio* Sabe.. não sei por que eu fico aqui a conversar.. e esperando uma resposta sua que seja.. mas mesmo assim, não se preocupe.. você ainda é meu banco favorito.. *Não.. ela não era louca, mas sim uma pessoa com poucos amigos na vida real e muitos amigos na vida virtual. Amigos.. Irmãos... e muito mais...*

Dr. Michael Glass: *Glass caminhava pelo parque. Os olhos de um azul acinzentado e frio buscavam ponto algum diante dele. Estava ainda pensativo sobre sua ida a New York, sobre o laudo que dera a respeito do psicopata preso há poucos dias. Imputabilidade, fora o que carimbara como resposta ao laudo. O individuo não estava apto ao convívio social e deveria ser mantido em uma instituição para loucos. Um manicômio judiciário onde teria sua vida constantemente vigiada por médicos que pudessem estudar sua psique compulsivamente assassina. Trazia nas mãos pálidas o jornal que ostentava sua foto na primeira página, como responsável pelo laudo.. e já havia recebido uma ligação naquela manhã de sua mentora, Dra. Gardosh, de que teria mais um bom trabalho para ele fazer quando retornasse a Londres. Uma famosa escritora acusada de homicídio culposo. O corpo de um jogador de Football encontrado enforcado na cama de um motel barato e vagabundo. Olhou o relógio de pulso, e avistou o banco no parque. Apenas uma mulher de cabelos amarrados que se sentava descontraídamente no banco. Caminhou até ela, soltando o botão que lhe prendia o paletó azul-marinho deixando o a gravata num azul cyan sobressair-se sobre a camisa de um branco imaculadamente impecável. Ainda tinha algumas horas antes de seguir para o aeroporto e embarcar de uma vez para Londres. Sorriu de canto à mulher num delicado cumprimentar antes de sentar-se no banco, cruzando a perna para apoiar o jornal que tinha à mão. Se tudo desse certo, o próprio hotel já teria se encarregado de enviar seus pertences para o aeroporto. Retirava os óculos de armação metálica e fina colocando-o sobre os olhos suavemente para aguçar sua leitura*

Keyra McKellen: *Keyra voltava a cabeça para frente até ver um homem passando diante de seus olhos, com o paletó azul marinho e uma gravata azul.. que cor era aquela, parecia ser algo cianótico.. teria que pesquisar depois no computador a cor, pois estava incerta. Via que ele desabotoava o paletó e ao que ele se sentou ao lado dela no banco. Keyra puxou o casaco que se encontrava repousado no banco e o colocou sobre as pernas.. cruzando uma dela e depois deixando os braços se apoiarem no recosto do banco. Pendia a cabeça levemente de lado, vendo o que o Dr. estava a ler. Apesar de que ela não sabia que ele era um doutor e jamais o classificaria assim, por conta do aspecto dele, se não fosse ela ter percebido no jornal que ele abria para ler a notícia.. A foto dele como o Dr. que deu o laudo do Serial Killer* Interessante.. *murmurava como se a murmurar para ela mesma em um pensamento alto, voltando a atenção dela para o parque logo à frente do banco, pendia para trás a cabeça, fechando por um tempo os olhos e sentindo os raios de sol a tocar a sua pele clara, para não se dizer pálida. Já que ela não costumava tomar sol em aspecto algum.. deixava um suspiro longo escapar, deixando os pensamentos voarem, de como era bom sentir o sol daquela forma e as carícias de Boreas, já que o sol não conseguia esquentar o vento ainda. Mesmo assim, ela mantinha-se sem casaco, sorrindo ao sentir-se a pele arrepiar-se.* Deve ter sido um caso difícil... *Soltava a frase como se não tivesse falado com o dr.. como se estivesse apenas a divagar os pensamentos enquanto mantinhas os olhos fechados e a cabeça pendida para trás*

Dr. Michael Glass: *Glass permanecia sentado calmamente, respirava com certo pesar enquanto os olhos percorriam a folha do impresso. A foto da garota machucada pelo SK.. a expressão doce que Donnald Blake.. não. não era esse o nome.. o garoto se chamava Henrick Blake, Donnald era na verdade seu alter ego, mesmo que psicologicamente ele tentasse comprovar exatamente o contrário, o que confundira todo o júri. Percebeu os olhos que passavam por seus ombros para vislumbrar a noticia, e talvez assim reconhecê-lo.. e escutou o suave murmúrio que vinha dos lábios da mulher ao seu lado que ajeitava o casaco sobre as pernas. O que haveria de interessante num casso mórbido como aquele? Não desviou a atenção para a jovem, não era um homem típico a este tipo de situação que se assemelharia a uma investida, manteve o rosto fixo ao jornal sentindo o vento calmo e os raios do sol que brindavam com uma temperatura que certamente sentiria falta quando retornasse aos fogs de Londres. e novamente a voz da jovem se fazia escutar. Ela agora falava do caso, era isso? Parou a leitura por alguns segundos, como se repensasse no que ela havia perguntado mais para si do que para dividir o questionamento.. responderia? Talvez fosse interessante saber o que a opinião pública falaria a respeito.. era a mente humana e a mente humana sempre o encantou. * Nem tanto.. como em todo caso patológico, bastava querer ver o óbvio. *respondeu no mesmo tom que ela empregava.. como se respondesse a si mesmo um pensamento*

Keyra McKellen: *ela escutava a voz do doutor. Abrindo os olhos com calma e vendo aquele belo céu azul com pinceladas brancas que eram as nuvens que pareciam passear de forma preguiçosa.. sorriu vendo uma que poderia se assemelhar com uma figura que poucos conseguiriam ver.. talvez apenas ela conseguia ver coisas onde as pessoas não conseguia ver. Sempre escutara isso das poucas pessoas que a conheciam, quando ela falava o que via em figuras. manchas no chão.. sombreamentos de cerâmicas e tantas coisas mais* Talvez para você que esteja na área... *falava de forma lacônica abaixando a cabeça* às vezes o óbvio se torna óbvio demais que as pessoas deixam de ver o que está diante de seus olhares... *suspirava, abaixando os braços e os apoiando nas pernas quando inclinava o corpo para frente, como se tentando enxergar algo que estava distante deles* Não deves julgar que o caso fora fácil *sorria* ou o julgamento de Donny não teria criado tanta polêmica.. *ela sorria, como se aquilo fosse óbvio demais para ela*

Dr. Michael Glass:*ele escutava o que ela dizia, mantendo os olhos tão claros quanto o azul do céu que ela estava a admirar há pouco. E sorriu de canto de uma forma que não a deixaria ter certeza de que era um sorriso ou um simples mover dos finos lábios no prenuncio de algo que poderia ser dito. * E não seria isto um erro? *respirava fundo e finalmente virava a página para ver a segunda noticia de seu interesse* As pessoas costumam procurar o que não existe. Costumam se encantar com coisas por demais fantasiosas, se apaixonar por sentimentos que não podem possuir... buscar o que não existe quando tudo está claramente e simplesmente diante de seus olhos. A verdade nua e crua como é e sempre foi... *deixou os olhos desviarem para ela por alguns segundos, e focarem-se nos dela.. achava engraçado como as pessoas pareciam criar uma espécie de vínculos com indivíduos patologicamente cruéis como Henrick blake.. A mulher o chamava carinhosamente de Donny, como tantos outros que havia escutado falar* O julgamento de Henrick Blake. *ele salientava* tornou-se tão popularizado por ter sido um crime violento. pelo caráter de crueldade que o envolvia. Jovens assassinadas que tiveram seus corações arrancados por um homem que julgava estar assassinando sempre a mesma mulher. Um homem traído em sua mente doentia. Por isso toda a repercussão. *ele voltava os olhos para o jornal seguindo as linhas impressas enquanto deixava-se finalmente sorrir por alguns segundos* Julgo fácil no sentido de que ele nunca.. em momento algum quis esconder de verdade quem ele era.. os jurados, a policia foi como um joguete nas mãos de Henrick Blake.. ou como o chamou carinhosamente.. Donny

Keyra McKellen: Não seria um erro se a vida fosse apenas uma verdade nua e crua, aonde os atos se tornariam simples gestos programados e sem emoções? *ela falava de forma lacônica olhando ainda aquele ponto distante* quão cruel poderia ser o mundo se não existisse as emoções, talvez teríamos um mundo aonde seríamos regidos por uma voz única que nos diria o que fazer ou deixar de fazer. Seríamos incapazes de dar nossas próprias vidas para proteger aqueles que amamos.. ou de tentar levar aqueles que são tão cruéis quanto o Henri.. a um julgamento que seríamos juízes, júri e executores *ela então voltava a se ajeitar no banco e olhava agora para o doutor.* Fora Henri que matou, quem dilacerou, que fez o que fez com aquelas mulheres que ele julgava ser a mesma mulher, Fora Henri, que fora largado pela mulher amada e que ativou o gatilho que trouxe o seu lado mais sombrio... Não Donny que diante dos olhares é uma pessoa que todos amariam conhecer e teriam pena.. que seriam capazes de defender com unhas e dentes.. *ela sorri voltando a olhar para frente* Não seria cruel, se um dia você visse a mulher amada morrer em teus braços e você nada fazer por que não sente emoções? *ela suspira abaixando a cabeça* e o que seríamos de nós se deixássemos de acreditar em coisas que não existem, de buscar o que está fora de nosso alcance.. de nos apaixonarmos por algo que não está diante de nossos olhares.. ou até mesmo chorar por pessoas que não conhecemos pessoalmente. *ela olhava para o outro lado retraindo um pouco os lábios, segurando um pouco a respiração* o que seriam de seus sonhos.. se você nunca os tivesse tido?

Dr. Michael Glass: *Um ponto de vista interessante lhe exibia aquela mulher que levantava a bandeira dos sentimentos aflorados ali diante de si* Mas não estou colocando em pauta a necessidade dos sentimentos existirem. São eles que nos tornam diferente das máquinas.. São eles que nos vertem em seres únicos... Sim.. a humanidade seria como num clipe do pink floyd.. *lembrava-se de uma banda que lhe despertara interesse em sua juventude* Como Another brick in the wall.. seriamos criancinhas caminhando ordenadamente na direção de um único lugar, regidos por alguém de maior poder, eu concordo plenamente.. *a voz calma de glass parecia um suave sussurro ao fluir dos finos lábios do Dr. * A questão é, Srta... *esperou que ela falasse ao menos o sobrenome e dava prosseguimento* Não fora a mulher que aflorou em Henrik o instinto assassino, era patológico, ele já o possuía, e criou uma nova personalidade, um individuo doce que lhe permitiria conquistar seu mais sonhado objeto de desejo, ela se encantou pelo jeito desprotegido.. e assim ele mantinha seu alter ego, Donny, como o chama, o meigo na ativa. Ele sempre foi o Henrick Blake, o homem que dilacerava, violentava e torturava.. todo o seu histórico de vida descambavam para esta realidade. A outra imagem cândida fora criada por ele.. Adultos.. seriamos adultos quando parássemos de acreditar em coisas que não existem, saindo da terra do nunca para a aceitação da vida adulta. O mistério da psicanálise está em buscar o equilíbrio.. entre a terra do nunca.. *e ele elevava uma mão adiante, fechando os dedos como se a simular um bico com eles e elevava a outra não num bico igual unindo-os* E a vida adulta... *e não os separava cada um para um lado* Está em sonhar sim.. o ser humano precisa dos sonhos para motivar a si mesmo.. mas está em enxergar as coisas como elas são ou vão constantemente desenvolver cargas depressivas cada vez maiores.. que descambam em solidão,.. em síndromes.. em pânicos.. em suicídios. Está aí a emoção exacerbada que está me citando..

Keyra McKellen: *ela olhava para o outro lado.. não olhava para ele.. os olhos se semi-cerravam levemente escutando todo aquele debate que ele discursava sobre o jeito de Henrick.. ou Donny.. um psicólogo que não via que certas pessoas andavam sobre uma tênue linha e que quando esta tênue linha arrebentava era capaz de transformar as pessoas mais pacíficas em verdadeiros psicopatas. ela fechava os olhos pois estes começavam a marejar*O arrancar do coração.. expressa como ele se sentiu.. quando a mulher o abandonou.. arrancando o coração de suas vítimas ele buscava arrancar aquele sentimento que o assolava.. no fundo era um grito de ajuda.. querendo que uma pessoa o detivesse e compreendesse por que ele fazia aquilo... *murmurava de forma baixa.. abrindo os olhos já em seu estado normal, suspirando e voltando a olhar para frente* Nos tornaríamos Piratas.. este seria o melhor termo que você busca para falar sobre a Terra do Nunca.. ou nos tornaríamos Despertos.. ao encararmos a verdadeira realidade da vida que vivemos... *ela voltava a olhar para ele.. aquele olhar escuro, aprecia buscar algo nos olhos dele.. não eram emoções.. não era compreensão.. o que ela buscava, seria algo que talvez o Dr. nunca fosse compreender* Quão distante você já caminhou nos Labirintos de Destino.. Quantas vezes você ansiou para se encontrar sobre os domínios de Morpheus? *ela mordisca o próprio lábio inferior meneando a cabeça negativamente de forma suave* Ah!.. *suspira* Seu coração busca a razão esquecendo a emoção e vejo diante de meus olhos.. alguém que caminha em uma tênue linha sobre um precipício.. Alguém que buscará uma mão que o segure, quando esta tênue linha se arrebentar.. *ele poderia ver um leve franzir de cenho.. um leve sorriso surgir naqueles lábios levemente carnudos* Quão longa e solitária será esta queda.. quando ela chegar ao seu encalço.

Dr. Michael Glass: *não era o caso do assassino em questão , talvez por isso ele se mantivesse arredio ao que estava falando. Tinha completa ciência do que dizia quando sabia que a tênue linha que separava uma pessoa normal de um psicopata não existia para Henrick, ele sempre fora violento, um comportamento acentuado quando se viu pela primeira vez abandonado de algo que queria muito. O amor doentio pela mulher de nome Tracy. * Srta.. No caso do individuo em questão.. folgo em dizer-lhe que jamais existiu Donnald Blake.. e se não fosse pelo abandono, seria pelo primeiro não que ela lhe desse. Um individuo não consegue forçar a própria natureza por tanto tempo. Ele era como uma panela de pressão mantida em constante prender. Estava pronto para explodir e deixar sua real natureza aflorar. Está como as outras pessoas buscando o fantasioso, num caso óbvio. Ele não pedia ajuda, não nesta questão.. que beira a beleza literária.. que daria um excelente livro. Ele buscava ajuda sim.. no sentido de que deveria ser afastado do convívio social... *deixou que os olhos claros e frios encontrassem os dela em sua clássica educação inglesa e ele escutava o que ela falava a respeito de eternos, de destino.. de morpheus* Todos nos estamos sempre a caminhar por estas highlands.. todos nos, Srta. E inúmeras vezes estive a encontrar as bifurcações dos caminhos do destino. *sorriu de leve, fechando o jornal diante de si, mantendo o rosto a observar o dela* Talvez eu já tenha ultrapassado os portões que levam aos domínios de Morpheus e por isto encaro a vida, como estou a lhe exibir. As duas faces de um mundo.. a dos ignorantes.. e a dos despertos.. talvez eu já seja um desperto.. ou não.. talvez seja eu ainda um ignorante a buscar o conhecimento pleno, hm? *ela falava que ele caminhava na tênue linha de um precipício e ele fechava os olhos lentamente para abri-los em seguida* Existe algo que me mantém equilibrado sobre esta linha.. algo denominado Inteligência Emocional.. o que torna as pessoas despertas. Que lhes tiram a venda utópica que pincela seus olhos de românticos sonhos frágeis.. *ele baixou os olhos e os cabelos de um castanho aloirado lhe saiam do penteado discreto, caindo sobre os olhos quando ele os erguia novamente no rosto de traços gentis* Como em matrix.. como a pílula vermelha de matrix.. Quando quiser deixar de enxergar as coisas de forma fantasiosa apenas.. quando estiver disposta a ver a verdade nua e cura como ela insiste em lhe saltar os olhos, eu lhe perguntaria. Do you take the red pill?

Keyra McKellen: *ele podia ver o sorriso surgir nos lábios daquela mulher que mostrara o lado emocional de tudo.. do caso que ele participou, da vida sobre sonhos e emoções.. ele podia ver um olhar que parecia rir com tudo aquilo que ele acabara de discursar e finalmente ver os olhos se desvencilharem dos dele.. Ela olhava para frente e calmamente pegava um cigarro levando aos lábios.. mantinha o cigarro apagado e depois retirava-o dos lábios* Acho que agora você compreendeu.. como você pode notar doutor.. *ela voltava o olhar para ele com um sorriso aos cantos dos lábios* Não foi um caso fácil... agora talvez você compreenda o que se passa na cabeça das pessoas que acompanharam o caso. *ele podia notar ela deixar transparecer o sotaque gaélico escocês fortíssimo que ela possuía* nas Highlands.. e na escócia.. Herick seria acusado a pena de morte, pois o caso dele não possui cura. Mas estaríamos voltando aos tempos da Inquisição e até mesmo nós das Highlands, temos que ver aquilo que não pode ser visto. Sentir, aquilo que não pode ser sentido. Precisamos atravessar o espelho quando a travessia se torna necessária.. e até mesmo refletir aquilo que as pessoas querem ver... *ela voltava a por o cigarro aos lábios.. acendia-o de forma calma dando um longo trago e soltando a fumaça para cima, evitando que a mesma fosse para cima do doutor* Eu já tomei a minha pílula vermelha doutor.. e você já tomou a sua? *estava sendo irônica com ele.. no fundo se divertiu com toda aquela conversa.. e talvez ela tenha apenas provocado a conversa para saber como Ele pensava a respeito de tudo*

Dr. Michael Glass: *ele percebia o desvencilhar dos olhos que voltavam a focar a paisagem a sua frente.. e o sorriso que brotava nos lábios da mulher. O cigarro que ela levava aos lábios e mesmo mantendo apagado já demonstravam um sinal de fuga. Fuga de lembranças talvez, fuga dos próprios sentimentos que ela havia dito.. os mesmos que poderiam ser capazes de despertar um psicopata ou mesmo de conduzir aos tenebrosos meios que levavam a depressão..ou até mesmo ao suicídio.. manteve-se a observa-la enquanto ela falava que o caso não seria visto de forma tão complacentes nas highlands.. * Ele seria encaminhado a pena de morte aqui também na terra da oportunidade.. *o sotaque carregadamente britânico nunca se deixava de fora de suas conversas* Mas acreditamos que mentes como a do Serial Killer em questão possa ser estudada. Temos uma tese de que se pode criar um bloqueio para indivíduos patológicos. Estudando Henrick Blake poderemos quem sabe.. e olha aí a utopia da ciência.. chegar a uma espécie de "soro" ou "tratamento" para distúrbios patológicos obsessivos como o dele.. mas este é um critério que não precisa ser abordado neste exato momento. Apenas continuo mantendo o meu ponto de vista. Foi um caso fácil. As pessoas insistiram em vê-lo da forma romanticamente difícil, atribuindo ao jovem um caráter sofrível.. era capaz inclusive de torna-lo herói em toda esta escabrosa cena.. *ele sorriu de canto, olhando o relógio, estava próximo a seu horário de vôo.. e ela lhe perguntava ironicamente se ele já havia tomado a sua pílula vermelha* Sim, Srta.. eu já a tomei.. quando deixei de crer em um mundo tipicamente cor de rosas.. e passei a acreditar na ciência e no equilíbrio das coisas.. quando passei a enxergar a facilidade com que fatos se apresentam, ao invés de procurar como se diz no ditado popular, cabelos em ovos.. tomei minha pílula vermelha quando aceitei o mundo adulto e a realidade.. e não procurar mais incentivar as pessoas a permanecerem no obscuro.. *sorriu para ela da mesma forma, sendo irônico? O maldito sotaque Dr. Michael Glass fala para Keyra McKellen: britânico e a expressão inalterada não a deixaria distinguir*

Keyra McKellen: *ela ia tragar novamente o cigarro e para no meio do caminho escutando aquele discurso que ele dizia.. era um Britânico.. Um Inglês com seu maldito ponto de vista um tanto quanto peculiar.. o que ele queria afinal? Salvar a humanidade de psicopatas como Henrick Blake? Ela começa a rir.. inclinando o corpo para frente.. apoiando os braços nas pernas e batendo levemente a brasa do cigarro, para que as cinzas caíssem ao solo do parque* Existe uma forma bem interessante.. se ela fosse plausível.. estudos que dizem poder identificar uma pessoa que será um psicopata.. um assassino.. antes mesmo que ele nasça.. e então. *ela levava o cigarro aos lábios e tragava o cigarro.. parecia um pouco pensativa* executarmos eles antes mesmo de seu nascimento... *depois de exalar a fumaça.. ele poderia ver aquele olhar escuro, que parecia sombrio quando ela semi-cerrava levemente os olhos*, mas desta forma estaríamos nos tornando como eles...*ela meneava a cabeça em negação.. a velha rixa entre os escoceses e os ingleses, começava a aflorar, mas talvez isso esquentasse mais ainda a conversa.. ou talvez não.. afinal.. Ninguém provoca um escocês impunemente* Compreendo seu ponto de vista ao achar que está do lado iluminado , tentando levar as pessoas para o seu lado. que me parece um tanto quanto obscuro. Pois segues uma linha reta sem buscar todos os ângulos possíveis de um ponto de vista. A Análise jamais deveria ser vista de forma racional.. de uma forma adulta como vc mesmo o diz. A análise precisa ser vista de todas as formas.. românticas, científicas.. sonhadoras.. realistas.. pois vejo uma pequena falha em todo o seu plano cósmico... Você prendendo como prendeu o motivo de toda a nossa conversa.. poderá estar deixando adormecer o lado psicopata de Henri...*ela abria um sorriso um pouco mais largo* quanto tempo você acha que o seu caso.. ficará preso.. se acaso o Lado meigo que tanto confundiu o Júri.. permanecer ativo.. implorando para que o libertem.. por ele ser. "inocente" *ela frisa com os dedos a palavra Inocente* Eis que surge o seu lado sentimental e sonhador Doutor.. ao desejar estudar o psicopata e achar que ele possa ajudar a ciência.. fazendo com que você encontre uma "fórmula" ou um "Soro" *frisava novamente as palavras com os dedos* que cure estes malditos bastardos. *ela suspira de forma longa e volta ao cigarro* ao meu ver.. Doutor.. te tornaras uma criança que sonha com um objetivo tão sonhado...

Dr. Michael Glass: *ele a escutava.. escoceses e sua incrível mania de agredir em seus discursos ferrenhos e de certa forma violentos contra ingleses.. salve a rainha e a educação dos seus filhos, mantinha-se escutando o que ela falava sobre execução dos pretensos SK antes mesmo do seu nascimento* Se matássemos bebes em série.. seriamos outros SK.. não.. a tese que estudo não se aplica a execução, mas a tratar de linhas neurais.. mas é um estudo ainda.. algo ao qual me dedico e como disse há minutos não convém abrir pauta para discussão sobre ela aqui.. *sorriu classicamente indicando que o assunto sobre sua tese estaria encerrado. não discutiria sobre teorias psicológicas em um parque, quando tudo o que mais queria era estar em um avião de partida para a Inglaterra.. sentia saudades que queria abrandar.. mesmo que apenas em vislumbrar um rosto conhecido.. * E não.. *desta vez sorriu com mais gosto elevando as mãos como a impedir um combate físico* Não.. não quero converter Iluminattis.. não.. não é esta a questão... E sim.. acentuando a minha compreensão sobre as realidades da vida. Busquei todos os ângulos possíveis para avaliar aquele rapaz.. do contrario não seria eu um psicólogo e sim um algoz.. e não foi este o meu papel no júri.. eu deveria encontrar as falhas.. deveria entender a mente daquele homem e foi o que fiz, sobre todos os aspectos possíveis, utópicos, românticos, para então analisá-lo de modo racional, pois se deixasse sentimentos aflorarem.. emoções dominarem o teria julgado capaz e ele seria executado. Henrick não tem um discernimento do que é errado ou certo.. para ele a sua verdade é a sua verdade.. isso lhe atribui a imputabilidade.. a morte não seria um castigo.. pelas mortes que ele causou.. mas uma vingança da sociedade.. seria novamente deixar o emocional florescer. *escutou ela falar sobre ele acreditar que Donny ficaria preso por muito tempo* Infelizmente este critério não depende de mim, e sim das forças policiais, já que ele foi encaminhado para um manicômio judiciário com todas as posologias de seu tratamento... *respirou fundo, a expressão calma e suave ainda a ostentar o rosto, quando percebia o discurso inflamadamente escocês e se culpava por seu bloco de notas não estar ali, rogando que sua mente não lhe traísse.. a jovem lhe renderia uma boa analise psicológica, gostava de embates desta natureza.. o uso da palavra bastardos no texto que ela proferia levava a crer uma certa fúria da jovem no assunto em questão.. a emoção que tomava parte de alguém que se julgava uma desperta.. sendo este o caso, não deveria encarar os fatos como encarava diante do doutor* Não.. utopia vem a ser aquilo que se torna inalcançável.. no caso do estudo é cientificamente provado ser possível.. a busca agora vem a ser conseguir o meio sem a confirmação de seqüelas.. apenas isto.. então.. permaneço ainda do meu lado da tênue linha, Srta.. mas e você? Continua do lado que julga desperto? Sendo tão veemente em divagar sobre alguns pontos que abordou? Creio que te tornas um ser que anda nas trilhas de destino.. e que se perde entre suas bifurcações tornando-se dúbia.. ser dúbio é ser desperto então?

Keyra McKellen: *Se ele queria estar com o bloco de anotações ali.. ele poderia começar a achar que seria melhor não.. pode ver ela voltar a olhar para ele.. pode ver aquele olhar de quem poderia estar para cruzar e linha tênue e capaz de arrancar o coração dele ali mesmo por conta da provocação que ele tinha feito... Diziam que os escoceses perdiam a cabeça facilmente.. às vezes diziam que era mais fácil conversar com uma parede do que com os escoceses.. mas ali.. diante do silêncio que se prolongava entre os dois.. aquele olhar era um olhar que poderia dizer para ele.. encerre o assunto.. saia o mais rápido que puder.. não é saudável ficar aqui... era tudo que ele podia ver naqueles olhos escuros da mulher de cabelos bicolores que deixava o cigarro cair ao solo e de forma calma... extremamente calma... pisar sobre o mesmo apagando-o.. o cigarro não tinha nem mesmo chegado à metade dele... O doutor podia ver a mulher ergue-se e pegar o casaco.. e voltar a olhar para ele* Um desperto... sempre possui os dois lados da moeda... *A voz vinha de forma baixa.. ele não via mais o sorriso naqueles lábios que há tão pouco tempo parecia se divertir com ele* Conhece todos os caminhos que há nos Labirintos do Destino.. sendo capaz de ficar por anos.. analisando cada bifurcação encontrada... Eles jamais se perdem.. mesmo que eles peguem o caminho errado. Esta é a beleza de um desperto.. um verdadeiro desperto.. talvez você compreenda um dia o que ousei falar-te sobre a linha tênue que você caminha sobre o precipício.. pois muitas vezes Dr... Despertos como eu.. agem como o próprio destino... *ela se virava e começava a se afastar.. em certo ponto ele tinha a derrotado naquele embate de xadrez.. ela tinha deixado as emoções falarem mais alto, quando ela sempre mantinha as emoções guardadas em uma caixa.. *

Dr. Michael Glass: *a observou levantar e também estava na hora marcada para seu vôo.. enfim de volta a terra da rainha.. a observou pegar o casaco e falar com voz que agora nada tinha de irônica ou que buscava divertir-se com ele.. havia tocado no ponto chave da garota quando falar das emoções e seu comportamento dúbio* Concordo Srta. um desperto tem que conhecer todos os lados e assim se isenta de um julgamento precipitado.. como o que está fazendo agora.. mas principalmente.. ele tem a sua opinião no mundo.. que vem para si justamente por conhecer todos os lados do assunto.. * E Srta.. sou como Morpheus.. aprecio os mundos fantasiosos de meus irmãos.. como kai'kul o faz sempre.. não seria ele um psiquiatra!? Seria ele a inspirar psicólogos.. psiquiatras e até mesmo escritores.. por permitir que se enxergue tanto o sonhar quanto o mundo mortal.. *ele erguia-se do banco ajeitando novamente o paletó azul marinho para tomar a direção oposta á dela* Estás muito mais para desespero neste exato momento, irmã.. *murmurou enquanto deixava que os sapatos italianos o levassem para o ponto de táxi adiante*

Keyra McKellen: *ela escutava ele a discursar sobre Morpheus.. um psicólogo que se achava ser como Morpheus e julgar Morpheus como ele... ele poderia estar enganado a este ponto e ela gira sobre os pés.. tinha uma última rebatida ao ver ele se afastando.. um sorriso surgia nos lábios* Não!! *ela falava mais alto* Tu és Destruição meu caro Irmão.. Pois Ele Destrói para reconstruir.. para recriar o que já fora criado.. Destróis os sonhos daqueles que por ti são consultados.. moldando em suas mentes.. suas almas.. e seus corações.. o mundo que Você gostaria que eles vissem.. *ela falava daquele modo alto enquanto ele se afastava.. ele podia sentir na voz daquela mulher Um Destino que conseguira ver uma bifurcação interessante.. Não.. ela jamais estaria para Desespero... E Keyra sorria.. virando de novo o corpo e pegando um cigarro.. depois tinha que dar um jeito de descobrir a conta do doutor.. e depositar o dinheiro da consulta*

[Má Perdedora, sim... Mas irei pagar pela consulta Informal Doutor Glass]

sábado, agosto 05, 2006

05.08.06

Gabriel V.Heldrich: *Gabriel apressou-se com os passos. Firmes e dessa vez... Inseguros? A ligação o informava de algo terrível. Lembrou-se que havia esquecido o sobretudo lá dentro. * As chaves? *Disse pra si mesmo, dois passos antes de chegar a porta. Virou-se e andou rapidamente olhando com freqüência para os lados. Pegou o sobretudo. Precisava fazer algo, precisava de ajuda, contudo, não queria envolver pessoas naquela história. Ainda mais Keyra, afinal, ela nem o conhecia, porque o ajudaria? Ele colocou o, sobretudo sem pressa, pensando no que poderia fazer, aquele local, não era jamais o local mais apropriado para o que poderia vir a acontecer, e o pior...sabia que se o rapaz que estava vindo atrás dele chegasse, haveria um conflito ali dentro. Heldrich olhou para a porta dos fundos, e rapidamente seguiu em direção a mesma. Deixaria o carro ali mesmo, e pediria para alguém busca-lo posteriormente. Abriu a porta, fechando-a atrás de si. No mesmo momento, um outro rapaz adentrava ao local. Possuía os olhos carregados de insanidade, e um sorriso demoníaco a face. Olhou para os lados caminhando pelo local, como se estivesse a procura de algo, ou seria alguém? Gabriel deu a volta pela parte de trás, pulando um pequeno muro se maiores esforços. Quando ganhou a rua, viu o carro que seu perseguidor estava a usar. Sabia que era aquele carro, pois não era a primeira vez que estavam se “encontrando”. Heldrich atravessou a rua e foi seguindo em direção ao parque central, com passos apressados.

Keyra McKellen: *Ele estava para chegar ao carro quando se deu conta de que estava sem as chaves? Keyra deixa o sorriso finalmente surgir nos lábios ao ver a cena em que ele voltava em direção ao bar para pegar o sobretudo esquecido. Provavelmente a chave estava em um dos bolsos. Os olhos de Keyra acompanharam o rapaz em sua volta e o sorriso morria aos lábios quando ela levava a caneca de cerveja aos lábios durante a aproximação dele. Apenas observava o rapaz, não iria fazer gracejos em relação ao esquecimento. Apenas o via colocando o sobretudo sem pressa alguma. Ele parecia pensativo. Keyra conhecia muito bem aquele olhar de quem parecia remoer algo na mente. Gabriel se afastava da mesa, sem dizer nada e Keyra acompanhou com o olhar o trajeto feito por ele. Ele o fez de forma rápida. Usando as portas do fundo ao invés a porta da frente. Aquilo era realmente intrigante. Algo estava errado, era claro por conta do olhar, por conta da saída estratégica. Mas o que ela poderia fazer? Seguir? Keyra volta a olhar em direção a sua caneca esquecida em cima da mesa. Mais uma pessoa chegava ao bar e Keyra ergue os olhos quando levava a caneca aos lábios mais uma vez. Havia algo de diferente... Um olhar insano... Psicótico Um rapaz que buscava algo. Estariam ligados? Ela não sabia. Pegava o cigarro para dar um trago, observando de soslaio pela janela Gabriel se afastando de forma apressada para o parque central. Keyra exalava a fumaça com um sorriso mais largo nos lábios. E voltava a atenção dela novamente à sua caneca de cerveja, ao seu cigarro e aos pequenos detalhes, como o copo de whiskey e os restos do cigarro que Gabriel deixou ali.* Seqüestrador e assassino...*Ela murmurava sorrindo até que chamou o garçom com um gesto da mão e pagou a conta. Erguia-se de pois de pagar a conta e caminhou em direção à saída do bar*.

Gabriel V.Heldrich: * A idéia de não ter encontrado o que procurava pareceu não agradar ao rapaz, que agora, subia as escadas do segundo andar em sua insaciável procura. Heldrich ganhava tempo, tempo ao menos de poder pegar sua arma, dessa vez, iria dar fim aquela maldita história. Muito mais que somente assassino e seqüestrador, havia ali uma rincha que fora criada ao longo dos anos por ambos. Heldrich pegou um táxi, pedindo para o mesmo seguir até seu refúgio. O rapaz ao lado de cima soltou um grito* Maldição!!!!!!!!!!!!!!!!!!! *Deu um soco em uma das mesas de cima ao constatar que Gabriel não mais estava ali. Se Keyra fosse perspicaz, poderia notar um certo volume por dentro das roupas pesadas que usava o rapaz, contudo, era indecifrável o que estava sendo oculto pelas mesmas. Após alguns poucos minutos chegavam ao esconderijo de Gabriel. Pagou ao taxista que logo partiu. Entrou dentro daquela que era uma loja de armas brancas abandonada. Lá dentro Heldrich guardava algumas coisas, e ali se escondia quando estava sendo perseguido. Foi até o baú onde deixava alguns pertences... retirou todos desordenadamente. Havia um fundo falso no mesmo, que logo foi retirado. Pegou o artefato que estava sendo ocultado pela mesma, como se fosse um troféu. A grande espada permanecia intacta desde quando foi criada, pelo mestre de Heldrich, e entregue a ele de presente, até os dias de hoje. Gabriel respirou fundo, e colocou a espada a altura de sua cintura, prendendo-a a calça. Caminhou até uma espécie de altar que havia criado. Ajoelhou-se no mesmo, fazendo o sinal da cruz e fechando os olhos, disse em forma baixa... *...Non nobis Domine, non nobis, sed Nomini Tuo da Gloriam... *novamente fez o sinal da cruz e levantou-se, saindo de seu refúgio. *

Keyra McKellen: *Ela escutou o murro em uma das mesas e pode apenas observar por cima do ombro aquele que gritava maldição... Keyra sorria com os cantos dos lábios enquanto virava a cabeça em direção a porta e saía... Sim... estava confirmado... os dois estavam ligados de alguma forma... Um seqüestrador e um assassino... foi o que ela pode interpretar. Mas os passos dela alcançam as calçadas e com calma ela atravessava o estacionamento... a rua e finalmente a calçada que a levaria para o parque central... Estava uma noite fria, mas Keyra não se importava... fechava o casaco e continuava a caminhar* Ah!! Boreas... que grandes surpresas você ainda pode vir a sussurrar? *murmurava sorrindo... Keyra não era uma pessoa como estas que se viam rondando naquele lugar disputado... tá certo que ela tinha um amigo Sniper... mas, ela ainda era uma pessoa comum... como todos os outros... e quando vê, lá estava ela... frente àquele banco que ela costumava sentar* Não sei... realmente não sei se hoje seria indicado para eu ficar aqui a monologar com você.... *estava a conversar com o banco vazio.. isso sim poderia vir a ser esquisito se alguém a olhasse.. mas àquela hora.. ela não teria ninguém para observar*

Gabriel V.Heldrich: *O homem que procurava por Gabriel não iria terminar sua busca, afinal, ela nunca terminava. Saiu do bar olhando para os lados, e olhou também para Keyra, mas logo caminhou ate o próprio carro, onde, seguiu para as ruas de Londres a procura de Heldrich. Nesse momento, Gabriel encontrava-se no subúrbio da cidade, em seu peito, havia um crucifixo prateado, que havia pego também junto com sua espada. Olhou as horas ao relógio e em seguida continuou a caminhar. Acendeu um cigarro dando um longo trago. O caminho a ser feito, era o de volta para o bar. Iria procurar pelas ruas até chegar ao bar, a imagem do homem que o seguia. Nem fora tão necessária e demorada a procura. A alguns quarteirões do Parque Central, Heldrich ouviu uma risada... característica de seu oponente. Belmor havia visto a imagem de Gabriel alguns quarteirões à frente, e logo saiu do carro, seguindo-o furtivamente * Finalmente me achando depois de 30 anos Belmor... *Dizia Heldrich, enquanto que passos somente eram audíveis, bem como a gargalhada de Belmor. Contudo sua imagem ainda não fora descoberta. Gabriel parou dando um último trago ao cigarro, que ainda estava inteiro, jogando-o ao chão. Belmor respondia após algum tempo dando aquelas risadas... * “Para seu azar Gabriel... para seu azar...”. * Belmor estava em um prédio daquela rua. Saltou para o chão, caindo exatamente à frente de Gabriel. Ambos retiraram suas respectivas espadas. As mesmas ganhavam um brilho diferenciado, uma espécie de “aura” em torno de suas lâminas. Mais um encontro estava acontecendo, e, mais uma vez, somente um teria o poder. Belmor investiu um poderoso golpe com a espada na direção da cabeça de Heldrich. Gabriel com perícia, conseguiu esquivar-se girando o corpo para trás, e agachando-o de imediato, contra-atacando Belmor com uma rasteira. A rua estava bem deserta, e, eles ocupavam todo o espaço da mesma.*

Keyra McKellen: *O banco se mantinha silencioso como se a observá-la.. Keyra com certeza não veria Gabriel... ao menos era assim que ela achava.. ria sozinha abaixando a cabeça e girando o corpo até sentir-se sentada ao banco* Ok.. você venceu e eu ficarei aqui apenas por um tempo... certo? Afinal... eu tenho que escrever.. ver meus mails.. meus amigos virtuais e assim vai.. Não posso ficar aqui o tempo todo não? *pendia a cabeça para trás fechando os olhos por um momento... sentindo o vento norte tocando-lhe a face e agitar alguns dos fios bicolores de seus cabelos* Assassino e Seqüestrador... Não tardará para eles se encontrarem, sabia? *pensava no que tinha visto* Dizem que pessoas comuns como eu, não devem ver aquilo que não lhes diz respeito... *suspira abrindo os olhos e vendo aquele céu que parecia trazer nuvens que iriam prenunciar uma chuva... estava calmo.. um tanto quanto tranqüilo o local. Mas, em uma noite silenciosa... Boreas poderia ter vozes bem interessantes... Keyra abaixava devagar a cabeça e olhava um local mais distante... pegava um cigarro com calma.. era um som interessante o que ela ouvia. tinha ouvido sons como aqueles apenas em Festas Medievais nas Highlands* interessante... preocupante... *o isqueiro fazia o som do roçar da pedra trazendo a faísca e a chama alaranjada... e Voilá... Keyra mais uma vez fumava o cigarro... soltando a fumaça enquanto apoiava um dos braços no encosto do banco* deveria eu, espiar? *olhava para o banco* é... eu sei... daria um bom livro se for mesmo uma briga com espadas... mas... *mais uma vez tragava o cigarro um tanto quanto pensativa*

Gabriel V.Heldrich: *A investida de Gabriel não surtiu o efeito que ele esperava, Belmor estava atento, bem como Gabriel... contudo, ambos sabiam que aquela batalha seria um tanto quanto demorada... ou... talvez nem tanto assim. As primeiras gotas do céu escuro começavam a cair. Belmor saltou para trás enquanto Gabriel colocava-se de pé novamente. Belmor arremessou a espada na direção de Gabriel, que se esquivou novamente, contudo, havia uma corrente que prendia a espada ao punho de Belmor. O mesmo puxou a espada de volta quando Gabriel tentava lhe desferir um golpe em “x”. NO momento em que a espada tocou o tórax de Belmor, Gabriel sentiu uma forte pancada na nuca, proveniente do cabo da espada que Belmor havia puxado de volta. Heldrich finalizou o golpe sem tanta perfeição, e com a vista um pouco comprometida devido ao forte impacto em sua nuca. O ataque de Gabriel foi forte o suficiente para que se rasgassem as partes onde a espada tocou, criando um ferimento superficial em Belmor, que se mantinha a gargalhar. Como estava bem perto, Belmor aproveitou a situação e deu uma violenta cabeçada a altura do nariz de Gabriel. O segurando e fazendo aquilo por repetidas vezes, foi uma seqüência de 4 cabeçadas. Os golpes surtiram efeito em Gabriel, o nariz havia quebrado logo na segunda cabeçada, o que o fez sentir uma dor bem desconfortável, ao final da ultima cabeçada. Heldrich levou a perna para trás, e depois voltou com muita força a mesma para frente, acertando... bem nos “países baixos “... fez isso duas vezes, uma com cada joelho... a reação foi imediata, Belmor soltou Gabriel, levando as mãos até o local, e Gabriel afastou-se cambaleando para trás, cuspindo um pouco do sangue.


[Continua no Próximo Episódio...]

sexta-feira, agosto 04, 2006

04.08.06

Keyra McKellen: *Aquele dia, não foi como todos os outros dias.. Keyra pela primeira vez não estava com tantas blusas por debaixo do casaco.. estava apenas com uma blusa pólo.. ao melhor estilo de babylook branca e o pesado casaco negro sobre ela. os cabelos bicolores estavam presos em um rabo de cavalo.. novamente a deixando com aquele estilo intrigante.. afinal.. era estranho ver os cabelos castanhos e o rabo de cavalo ruivo.. a calça negra e as botas de caminhada iam acabar virando uniforme.. mas lá estava Keyra.. pensativa com os olhos escuros significativamente distantes.. a carteira de cigarro estava ali em cima da mesa, junto com o pequeno isqueiro azul.. já tinha fumado um cigarro e sua cerveja esquentava dentro da caneca.. o que tinha acontecido no decorrer do dia e durante o trabalho era um verdadeiro mistério.. mas naquela noite.. As pessoas pareciam não arriscar em puxar conversa com ela.. o Garçom apenas a serviu e saiu de perto.. e assim parecia que seria a noite inteira de Keyra McKellen*

Gabriel V.Heldrich: *Gabriel após algumas semanas longe do bar que costumava freqüentar, estava de volta. O serviço havia sido completo e perfeito, a marca registrada de Heldrich. O outono Londrino tornava as ruas bem mais belas, e as tardes bem mais agradáveis, e ao exato momento que Heldrich precisava de férias. Nessa noite vestia-se como de costume. Calças jeans e botas da cor preta. Um sobretudo que lhe envolvia como um capote, luva de couro nas mãos e uma camisa de seda azul marinho por baixo do mesmo. O olhar percorreu aos presentes no momento. De imediato percebeu Keyra, piscou o olho de forma extrovertida para ela, caso a mesma tivesse olhando para ele, e seguiu até o balcão. Pediu uma dose de whisky em um copo, pagando logo em seguida, e virando-se para direção de onde ela estava. Seguiu caminhando tranqüilamente até a mesa dela, tomando um gole da bebida olhando para ela*..Hummm, vejo que não se segurou de saudades e veio conferir se eu estava por aqui... hm ? * Dizia olhando sorridente para ela, enquanto que logo em seguida, sentava-se na mesa ao lado e jogava os longos cabelos para trás. Retirou de sua cigarreira prateada um cigarro, levando-o até a boca e acendendo com o isqueiro que ficava embutido na mesma, dando um longo trago e soprando a fumaça para o alto. *

Keyra McKellen: *os olhos dela estavam distantes, não tinha percebido a chegada de Gabriel.. muito menos o piscar do olho.. estava tão imersa em seus pensamentos com tudo que tinha ocorrido naquele dia.. que mal seria capaz de perceber a presença de seres degradantes que tentavam chamar a atenção dela, antes que Gabriel se aproximasse e o dejeto humano fosse embora... Ela escutou a voz de Gabriel naquele gracejo até divertido e pela primeira vez.. Gabriel poderia ver aquele olhar escuro dela um tanto quanto sombrio.. começava a entender por que aparentemente as pessoas não estavam ficando perto dela... Keyra movia a mão até a carteira de cigarros e pegava outro.. acendendo-o e soprando a fumaça para baixo mesmo.. voltando o olhar para a caneca de cerveja intocada* Costumo vir a este bar.. para me manter longe da Internet de vez em quando.. aproveito para fazer um balanço das coisas que tem acontecido no meu dia a dia... mas.. *ela tragava o cigarro mais uma vez.. aquele sotaque carregado em escocês gaélico apenas poderia ser das terras conhecidas como Highlands.. terras montanhosas, pouco habitadas e com escoceses que tinham mania de chamar a todos de Lowlanders* pelo jeito quem não resistiu foi você não?

Gabriel V.Heldrich: *Coçou os olhos por um breve momento, sinal de um possível cansaço. Não tinha olheiras, e nem estava abatido, mas um longo suspiro foi dado, depois de um longo gole no whisky. Pousou o mesmo sobre a mesa e cruzou as pernas, levantando o olhar para o teto, como se estivesse a se espreguiçar. Voltou a olhar para ela enquanto ela falava, e percebia seu sotaque, sentia uma grande saudade de sua terra, chegou até mesmo a sorrir, e sorriu também com o comentário dela. * É...é bem possível que eu tenha sentido saudades, ao menos não as oculto! *Disse de forma extrovertida como sempre, fazendo uma leve brincadeira com ela. Observou aos profundos olhos que possuía, percebendo beleza neles, nada comentou. * Confesso que sua voz me faz ter saudades de muitas coisas que abandonei.... *ri novamente * Bem, sei que não é da minha conta, mas seu dia-dia não parece ter sido dos melhores, hm? Quer falar sobre isso? *Deu outro gole na bebida seguido de outro trago ao cigarro. *

Keyra McKellen: *ela bebia a cerveja finalmente vendo os trejeitos de quem estava cansado.. via-o sorrir quando ela naquele dia não estava sorrindo.. escutava-o dizendo que sentia saudades e que não costumava omitir isso, mas quando ele perguntou sobre o dia a dia dela e se ela queria conversar sobre o assunto.. Keyra desce a caneca e repousa-a em cima da mesa.. dá mais um longo trago no cigarro.. e depois de um tempo exala a fumaça.. se mantinha silenciosa por um tempo*Sente falta das terras da Escócia e ao que me parece há muito não encontra um Scot.. *ela desvencilha o olhar* Creio que o assunto que tanto me incomodou.. deve ser esquecido.. às vezes é melhor arrancar algumas páginas de nossas vidas e as lançar no mar... para que assim elas sejam carregadas e consigamos viver a vida sem nos lembrarmos dos momentos de amargura.. *falava de forma lacônica.. nada convincente de que ela tinha esquecido o tal problema.. mas talvez ela fosse uma daquelas escocesas que viviam literalmente o lema da Escócia* "Ninguém me provoca impunemente" *pensava ela e voltava a fumar o cigarro*

Gabriel V.Heldrich: Esses Scotchs vagabundos...*riu de leve e balançou a cabeça negativamente... * Nada se parecem com os de lá....até porque, já faz algum tempo que não tomo um verdadeiro, enfim... tenho de me contentar com essas coisas que eles tem coragem de chamar de whisky escocês. *Deu um outro leve gole na mesma...percebeu tal sentimento de quem não estava afim de falar realmente sobre fatos acontecidos. Ele fez um breve maneio com a cabeça, e ficando sério como em respeito a ela, seja lá o que tivesse acontecido.* Tudo bem...tudo bem... você tem razão... *Concordou com ela, e deu um ultimo trago ao cigarro, apagando-o em um cinzeiro que jazia sobre a mesa onde estava. * retirou o sobretudo, deixando-o escorado em outra cadeira e desabotoando um pouco a camisa de seda. * Eu também arranquei algumas páginas do meu livro... mas enfim, *matou o whisky que jazia ao copo * Já faz muito tempo.... *Pediu outra dose com um sinal para o bartander, logo se virando para ela . * Eu, posso fazer um comentário.um pouco além dos meus dos meus direitos? *Dizia olhando para ela..* Bem, farei mesmo que não deixe... *dizia sorridente... * Você. Me parece tão.... *olhou para ela,fazendo um breve momento de silencio... * Triste.... *disse com certa amargura na voz... * É uma mulher muito séria... não me lembro de ter te visto sorrir ao menos uma vez durante as vezes que te vi.... enfim... isso não me diz respeito... *Sorriu meio sem graça. Nesse exato momento, o telefone de Gabriel toca. Ele olha o número. O sorriso contagiante, dava lugar a uma expressão bem séria. * Um momento.... *Disse a ela pedindo licença e afastou-se alguns metros. Nada disse no telefonema que recebeu, ficou não mais que alguns segundos escutando. Desligou o telefone, voltando até a mesa onde estava. Recolocou o sobretudo, amarrando os cabelos em seguida. * Me desculpe.... eu tenho que ir.... *Deixou uma nota de 10 euros e cancelou a bebida que havia pedido a pouco. Algo de muito intrigante deve ter acontecido. Ao procurar a saída não olhou para trás sequer uma única procurando seu carro rapidamente. *

Keyra McKellen: Ainda é possível que se encontre um bom Whiskey Escocês.. mas para isso tem que estar disposto a gastar uma boa grana... *respondia. retrucava as palavras dele sobre a bebida e escutava ele continuar a sua conversa apagando o cigarro.. via o rapaz pedindo mais bebida.. seria uma longa noite pelo jeito.. mas ao menos o rapaz tentava a tirar daquele jeito taciturno* Eu sorri naquela última vez.. você apenas não percebeu pois estava entretido com outra coisa.. *via ele naquele sorriso sem graça e o momento que ele atendia o telefonema.. via o Sorriso alargar nos lábios de Gabriel, enquanto ela dava mais um trago no cigarro.. estava difícil de arrancar um sorriso naquela noite.. e quando ele pedia as desculpas.. dizendo que tinha que sair.. deixando a conta dele paga e saindo de forma rápida.. os olhos de Mckellen podem observar o estacionamento da janela que estava logo ao lado dela e ver o rapaz apressado pegando o carro* Tsc.. ele esqueceu o Capote... *meneava a cabeça em negação e voltava a beber.. vendo o sobretudo que ficara escorado na outra cadeira*

[Continua no próximo episódio...]