domingo, agosto 06, 2006

Consulta Informal

Keyra McKellen: *Mal conseguia acreditar que ela tinha ido a uma boate comemorar o aniversário de uma amiga. Mal conseguia acreditar que passou a noite inteira dançando sem se importar com as pessoas ao seu redor. Para Keyra, aquela noite tinha sido ótima. Tinha se divertido um bocado. Riu um bocado, uma coisa que ela não fazia há muito tempo. Chegou a conectar na Net, apenas para verificar o movimento. Tinha sorrido de modo fraco ao ver o irmão dormindo e saiu de fininho antes que o despertasse. Mas Keyra tinha prometido ir ao serviço logo cedo e assim ela o fez.. segurou a barra por não mais do que duas horas até os outros assumirem seu lugar. E ela mesmo tendo dormido tão tarde, estava sem sono algum.. curtia o Parque, com aquele sol. Tinha comido alguma coisa e o casaco Negro e pesado, companheiro de guerra estava ali, perto dela. Não vestido, mas perto dela apenas. Os cabelos bicolores presos em um rabo de cavalo deixavam os fios acariciarem suas costas semi-recostadas no banco em que ela estava* é.. foi uma ótima noite sabia? *sorria deixando o corpo se esticar. A blusa negra que ela usava, era fora dos padrões normais. Nunca um decote daquele tinha sido usado. Um decote em V, que deixava uma pequena parte de seus seios expostos. Riu um pouco pensando que ela nunca tinha exposto tanto o corpo assim. Ainda assim o decote não a deixava vulgar e até mesmo os seios da amiga de longas datas eram mais avantajados do que os dela.* Ela realmente continua do mesmo jeito. Um tanto quanto ousada, mas bela e sedutoramente... *suspira sorrindo... ela não era lésbica, mas tinha grande admiração pela amiga.. Uma das poucas que ela considerava realmente amiga e os olhos escuros de keyra então se voltam para o banco vazio* Sabe.. não sei por que eu fico aqui a conversar.. e esperando uma resposta sua que seja.. mas mesmo assim, não se preocupe.. você ainda é meu banco favorito.. *Não.. ela não era louca, mas sim uma pessoa com poucos amigos na vida real e muitos amigos na vida virtual. Amigos.. Irmãos... e muito mais...*

Dr. Michael Glass: *Glass caminhava pelo parque. Os olhos de um azul acinzentado e frio buscavam ponto algum diante dele. Estava ainda pensativo sobre sua ida a New York, sobre o laudo que dera a respeito do psicopata preso há poucos dias. Imputabilidade, fora o que carimbara como resposta ao laudo. O individuo não estava apto ao convívio social e deveria ser mantido em uma instituição para loucos. Um manicômio judiciário onde teria sua vida constantemente vigiada por médicos que pudessem estudar sua psique compulsivamente assassina. Trazia nas mãos pálidas o jornal que ostentava sua foto na primeira página, como responsável pelo laudo.. e já havia recebido uma ligação naquela manhã de sua mentora, Dra. Gardosh, de que teria mais um bom trabalho para ele fazer quando retornasse a Londres. Uma famosa escritora acusada de homicídio culposo. O corpo de um jogador de Football encontrado enforcado na cama de um motel barato e vagabundo. Olhou o relógio de pulso, e avistou o banco no parque. Apenas uma mulher de cabelos amarrados que se sentava descontraídamente no banco. Caminhou até ela, soltando o botão que lhe prendia o paletó azul-marinho deixando o a gravata num azul cyan sobressair-se sobre a camisa de um branco imaculadamente impecável. Ainda tinha algumas horas antes de seguir para o aeroporto e embarcar de uma vez para Londres. Sorriu de canto à mulher num delicado cumprimentar antes de sentar-se no banco, cruzando a perna para apoiar o jornal que tinha à mão. Se tudo desse certo, o próprio hotel já teria se encarregado de enviar seus pertences para o aeroporto. Retirava os óculos de armação metálica e fina colocando-o sobre os olhos suavemente para aguçar sua leitura*

Keyra McKellen: *Keyra voltava a cabeça para frente até ver um homem passando diante de seus olhos, com o paletó azul marinho e uma gravata azul.. que cor era aquela, parecia ser algo cianótico.. teria que pesquisar depois no computador a cor, pois estava incerta. Via que ele desabotoava o paletó e ao que ele se sentou ao lado dela no banco. Keyra puxou o casaco que se encontrava repousado no banco e o colocou sobre as pernas.. cruzando uma dela e depois deixando os braços se apoiarem no recosto do banco. Pendia a cabeça levemente de lado, vendo o que o Dr. estava a ler. Apesar de que ela não sabia que ele era um doutor e jamais o classificaria assim, por conta do aspecto dele, se não fosse ela ter percebido no jornal que ele abria para ler a notícia.. A foto dele como o Dr. que deu o laudo do Serial Killer* Interessante.. *murmurava como se a murmurar para ela mesma em um pensamento alto, voltando a atenção dela para o parque logo à frente do banco, pendia para trás a cabeça, fechando por um tempo os olhos e sentindo os raios de sol a tocar a sua pele clara, para não se dizer pálida. Já que ela não costumava tomar sol em aspecto algum.. deixava um suspiro longo escapar, deixando os pensamentos voarem, de como era bom sentir o sol daquela forma e as carícias de Boreas, já que o sol não conseguia esquentar o vento ainda. Mesmo assim, ela mantinha-se sem casaco, sorrindo ao sentir-se a pele arrepiar-se.* Deve ter sido um caso difícil... *Soltava a frase como se não tivesse falado com o dr.. como se estivesse apenas a divagar os pensamentos enquanto mantinhas os olhos fechados e a cabeça pendida para trás*

Dr. Michael Glass: *Glass permanecia sentado calmamente, respirava com certo pesar enquanto os olhos percorriam a folha do impresso. A foto da garota machucada pelo SK.. a expressão doce que Donnald Blake.. não. não era esse o nome.. o garoto se chamava Henrick Blake, Donnald era na verdade seu alter ego, mesmo que psicologicamente ele tentasse comprovar exatamente o contrário, o que confundira todo o júri. Percebeu os olhos que passavam por seus ombros para vislumbrar a noticia, e talvez assim reconhecê-lo.. e escutou o suave murmúrio que vinha dos lábios da mulher ao seu lado que ajeitava o casaco sobre as pernas. O que haveria de interessante num casso mórbido como aquele? Não desviou a atenção para a jovem, não era um homem típico a este tipo de situação que se assemelharia a uma investida, manteve o rosto fixo ao jornal sentindo o vento calmo e os raios do sol que brindavam com uma temperatura que certamente sentiria falta quando retornasse aos fogs de Londres. e novamente a voz da jovem se fazia escutar. Ela agora falava do caso, era isso? Parou a leitura por alguns segundos, como se repensasse no que ela havia perguntado mais para si do que para dividir o questionamento.. responderia? Talvez fosse interessante saber o que a opinião pública falaria a respeito.. era a mente humana e a mente humana sempre o encantou. * Nem tanto.. como em todo caso patológico, bastava querer ver o óbvio. *respondeu no mesmo tom que ela empregava.. como se respondesse a si mesmo um pensamento*

Keyra McKellen: *ela escutava a voz do doutor. Abrindo os olhos com calma e vendo aquele belo céu azul com pinceladas brancas que eram as nuvens que pareciam passear de forma preguiçosa.. sorriu vendo uma que poderia se assemelhar com uma figura que poucos conseguiriam ver.. talvez apenas ela conseguia ver coisas onde as pessoas não conseguia ver. Sempre escutara isso das poucas pessoas que a conheciam, quando ela falava o que via em figuras. manchas no chão.. sombreamentos de cerâmicas e tantas coisas mais* Talvez para você que esteja na área... *falava de forma lacônica abaixando a cabeça* às vezes o óbvio se torna óbvio demais que as pessoas deixam de ver o que está diante de seus olhares... *suspirava, abaixando os braços e os apoiando nas pernas quando inclinava o corpo para frente, como se tentando enxergar algo que estava distante deles* Não deves julgar que o caso fora fácil *sorria* ou o julgamento de Donny não teria criado tanta polêmica.. *ela sorria, como se aquilo fosse óbvio demais para ela*

Dr. Michael Glass:*ele escutava o que ela dizia, mantendo os olhos tão claros quanto o azul do céu que ela estava a admirar há pouco. E sorriu de canto de uma forma que não a deixaria ter certeza de que era um sorriso ou um simples mover dos finos lábios no prenuncio de algo que poderia ser dito. * E não seria isto um erro? *respirava fundo e finalmente virava a página para ver a segunda noticia de seu interesse* As pessoas costumam procurar o que não existe. Costumam se encantar com coisas por demais fantasiosas, se apaixonar por sentimentos que não podem possuir... buscar o que não existe quando tudo está claramente e simplesmente diante de seus olhos. A verdade nua e crua como é e sempre foi... *deixou os olhos desviarem para ela por alguns segundos, e focarem-se nos dela.. achava engraçado como as pessoas pareciam criar uma espécie de vínculos com indivíduos patologicamente cruéis como Henrick blake.. A mulher o chamava carinhosamente de Donny, como tantos outros que havia escutado falar* O julgamento de Henrick Blake. *ele salientava* tornou-se tão popularizado por ter sido um crime violento. pelo caráter de crueldade que o envolvia. Jovens assassinadas que tiveram seus corações arrancados por um homem que julgava estar assassinando sempre a mesma mulher. Um homem traído em sua mente doentia. Por isso toda a repercussão. *ele voltava os olhos para o jornal seguindo as linhas impressas enquanto deixava-se finalmente sorrir por alguns segundos* Julgo fácil no sentido de que ele nunca.. em momento algum quis esconder de verdade quem ele era.. os jurados, a policia foi como um joguete nas mãos de Henrick Blake.. ou como o chamou carinhosamente.. Donny

Keyra McKellen: Não seria um erro se a vida fosse apenas uma verdade nua e crua, aonde os atos se tornariam simples gestos programados e sem emoções? *ela falava de forma lacônica olhando ainda aquele ponto distante* quão cruel poderia ser o mundo se não existisse as emoções, talvez teríamos um mundo aonde seríamos regidos por uma voz única que nos diria o que fazer ou deixar de fazer. Seríamos incapazes de dar nossas próprias vidas para proteger aqueles que amamos.. ou de tentar levar aqueles que são tão cruéis quanto o Henri.. a um julgamento que seríamos juízes, júri e executores *ela então voltava a se ajeitar no banco e olhava agora para o doutor.* Fora Henri que matou, quem dilacerou, que fez o que fez com aquelas mulheres que ele julgava ser a mesma mulher, Fora Henri, que fora largado pela mulher amada e que ativou o gatilho que trouxe o seu lado mais sombrio... Não Donny que diante dos olhares é uma pessoa que todos amariam conhecer e teriam pena.. que seriam capazes de defender com unhas e dentes.. *ela sorri voltando a olhar para frente* Não seria cruel, se um dia você visse a mulher amada morrer em teus braços e você nada fazer por que não sente emoções? *ela suspira abaixando a cabeça* e o que seríamos de nós se deixássemos de acreditar em coisas que não existem, de buscar o que está fora de nosso alcance.. de nos apaixonarmos por algo que não está diante de nossos olhares.. ou até mesmo chorar por pessoas que não conhecemos pessoalmente. *ela olhava para o outro lado retraindo um pouco os lábios, segurando um pouco a respiração* o que seriam de seus sonhos.. se você nunca os tivesse tido?

Dr. Michael Glass: *Um ponto de vista interessante lhe exibia aquela mulher que levantava a bandeira dos sentimentos aflorados ali diante de si* Mas não estou colocando em pauta a necessidade dos sentimentos existirem. São eles que nos tornam diferente das máquinas.. São eles que nos vertem em seres únicos... Sim.. a humanidade seria como num clipe do pink floyd.. *lembrava-se de uma banda que lhe despertara interesse em sua juventude* Como Another brick in the wall.. seriamos criancinhas caminhando ordenadamente na direção de um único lugar, regidos por alguém de maior poder, eu concordo plenamente.. *a voz calma de glass parecia um suave sussurro ao fluir dos finos lábios do Dr. * A questão é, Srta... *esperou que ela falasse ao menos o sobrenome e dava prosseguimento* Não fora a mulher que aflorou em Henrik o instinto assassino, era patológico, ele já o possuía, e criou uma nova personalidade, um individuo doce que lhe permitiria conquistar seu mais sonhado objeto de desejo, ela se encantou pelo jeito desprotegido.. e assim ele mantinha seu alter ego, Donny, como o chama, o meigo na ativa. Ele sempre foi o Henrick Blake, o homem que dilacerava, violentava e torturava.. todo o seu histórico de vida descambavam para esta realidade. A outra imagem cândida fora criada por ele.. Adultos.. seriamos adultos quando parássemos de acreditar em coisas que não existem, saindo da terra do nunca para a aceitação da vida adulta. O mistério da psicanálise está em buscar o equilíbrio.. entre a terra do nunca.. *e ele elevava uma mão adiante, fechando os dedos como se a simular um bico com eles e elevava a outra não num bico igual unindo-os* E a vida adulta... *e não os separava cada um para um lado* Está em sonhar sim.. o ser humano precisa dos sonhos para motivar a si mesmo.. mas está em enxergar as coisas como elas são ou vão constantemente desenvolver cargas depressivas cada vez maiores.. que descambam em solidão,.. em síndromes.. em pânicos.. em suicídios. Está aí a emoção exacerbada que está me citando..

Keyra McKellen: *ela olhava para o outro lado.. não olhava para ele.. os olhos se semi-cerravam levemente escutando todo aquele debate que ele discursava sobre o jeito de Henrick.. ou Donny.. um psicólogo que não via que certas pessoas andavam sobre uma tênue linha e que quando esta tênue linha arrebentava era capaz de transformar as pessoas mais pacíficas em verdadeiros psicopatas. ela fechava os olhos pois estes começavam a marejar*O arrancar do coração.. expressa como ele se sentiu.. quando a mulher o abandonou.. arrancando o coração de suas vítimas ele buscava arrancar aquele sentimento que o assolava.. no fundo era um grito de ajuda.. querendo que uma pessoa o detivesse e compreendesse por que ele fazia aquilo... *murmurava de forma baixa.. abrindo os olhos já em seu estado normal, suspirando e voltando a olhar para frente* Nos tornaríamos Piratas.. este seria o melhor termo que você busca para falar sobre a Terra do Nunca.. ou nos tornaríamos Despertos.. ao encararmos a verdadeira realidade da vida que vivemos... *ela voltava a olhar para ele.. aquele olhar escuro, aprecia buscar algo nos olhos dele.. não eram emoções.. não era compreensão.. o que ela buscava, seria algo que talvez o Dr. nunca fosse compreender* Quão distante você já caminhou nos Labirintos de Destino.. Quantas vezes você ansiou para se encontrar sobre os domínios de Morpheus? *ela mordisca o próprio lábio inferior meneando a cabeça negativamente de forma suave* Ah!.. *suspira* Seu coração busca a razão esquecendo a emoção e vejo diante de meus olhos.. alguém que caminha em uma tênue linha sobre um precipício.. Alguém que buscará uma mão que o segure, quando esta tênue linha se arrebentar.. *ele poderia ver um leve franzir de cenho.. um leve sorriso surgir naqueles lábios levemente carnudos* Quão longa e solitária será esta queda.. quando ela chegar ao seu encalço.

Dr. Michael Glass: *não era o caso do assassino em questão , talvez por isso ele se mantivesse arredio ao que estava falando. Tinha completa ciência do que dizia quando sabia que a tênue linha que separava uma pessoa normal de um psicopata não existia para Henrick, ele sempre fora violento, um comportamento acentuado quando se viu pela primeira vez abandonado de algo que queria muito. O amor doentio pela mulher de nome Tracy. * Srta.. No caso do individuo em questão.. folgo em dizer-lhe que jamais existiu Donnald Blake.. e se não fosse pelo abandono, seria pelo primeiro não que ela lhe desse. Um individuo não consegue forçar a própria natureza por tanto tempo. Ele era como uma panela de pressão mantida em constante prender. Estava pronto para explodir e deixar sua real natureza aflorar. Está como as outras pessoas buscando o fantasioso, num caso óbvio. Ele não pedia ajuda, não nesta questão.. que beira a beleza literária.. que daria um excelente livro. Ele buscava ajuda sim.. no sentido de que deveria ser afastado do convívio social... *deixou que os olhos claros e frios encontrassem os dela em sua clássica educação inglesa e ele escutava o que ela falava a respeito de eternos, de destino.. de morpheus* Todos nos estamos sempre a caminhar por estas highlands.. todos nos, Srta. E inúmeras vezes estive a encontrar as bifurcações dos caminhos do destino. *sorriu de leve, fechando o jornal diante de si, mantendo o rosto a observar o dela* Talvez eu já tenha ultrapassado os portões que levam aos domínios de Morpheus e por isto encaro a vida, como estou a lhe exibir. As duas faces de um mundo.. a dos ignorantes.. e a dos despertos.. talvez eu já seja um desperto.. ou não.. talvez seja eu ainda um ignorante a buscar o conhecimento pleno, hm? *ela falava que ele caminhava na tênue linha de um precipício e ele fechava os olhos lentamente para abri-los em seguida* Existe algo que me mantém equilibrado sobre esta linha.. algo denominado Inteligência Emocional.. o que torna as pessoas despertas. Que lhes tiram a venda utópica que pincela seus olhos de românticos sonhos frágeis.. *ele baixou os olhos e os cabelos de um castanho aloirado lhe saiam do penteado discreto, caindo sobre os olhos quando ele os erguia novamente no rosto de traços gentis* Como em matrix.. como a pílula vermelha de matrix.. Quando quiser deixar de enxergar as coisas de forma fantasiosa apenas.. quando estiver disposta a ver a verdade nua e cura como ela insiste em lhe saltar os olhos, eu lhe perguntaria. Do you take the red pill?

Keyra McKellen: *ele podia ver o sorriso surgir nos lábios daquela mulher que mostrara o lado emocional de tudo.. do caso que ele participou, da vida sobre sonhos e emoções.. ele podia ver um olhar que parecia rir com tudo aquilo que ele acabara de discursar e finalmente ver os olhos se desvencilharem dos dele.. Ela olhava para frente e calmamente pegava um cigarro levando aos lábios.. mantinha o cigarro apagado e depois retirava-o dos lábios* Acho que agora você compreendeu.. como você pode notar doutor.. *ela voltava o olhar para ele com um sorriso aos cantos dos lábios* Não foi um caso fácil... agora talvez você compreenda o que se passa na cabeça das pessoas que acompanharam o caso. *ele podia notar ela deixar transparecer o sotaque gaélico escocês fortíssimo que ela possuía* nas Highlands.. e na escócia.. Herick seria acusado a pena de morte, pois o caso dele não possui cura. Mas estaríamos voltando aos tempos da Inquisição e até mesmo nós das Highlands, temos que ver aquilo que não pode ser visto. Sentir, aquilo que não pode ser sentido. Precisamos atravessar o espelho quando a travessia se torna necessária.. e até mesmo refletir aquilo que as pessoas querem ver... *ela voltava a por o cigarro aos lábios.. acendia-o de forma calma dando um longo trago e soltando a fumaça para cima, evitando que a mesma fosse para cima do doutor* Eu já tomei a minha pílula vermelha doutor.. e você já tomou a sua? *estava sendo irônica com ele.. no fundo se divertiu com toda aquela conversa.. e talvez ela tenha apenas provocado a conversa para saber como Ele pensava a respeito de tudo*

Dr. Michael Glass: *ele percebia o desvencilhar dos olhos que voltavam a focar a paisagem a sua frente.. e o sorriso que brotava nos lábios da mulher. O cigarro que ela levava aos lábios e mesmo mantendo apagado já demonstravam um sinal de fuga. Fuga de lembranças talvez, fuga dos próprios sentimentos que ela havia dito.. os mesmos que poderiam ser capazes de despertar um psicopata ou mesmo de conduzir aos tenebrosos meios que levavam a depressão..ou até mesmo ao suicídio.. manteve-se a observa-la enquanto ela falava que o caso não seria visto de forma tão complacentes nas highlands.. * Ele seria encaminhado a pena de morte aqui também na terra da oportunidade.. *o sotaque carregadamente britânico nunca se deixava de fora de suas conversas* Mas acreditamos que mentes como a do Serial Killer em questão possa ser estudada. Temos uma tese de que se pode criar um bloqueio para indivíduos patológicos. Estudando Henrick Blake poderemos quem sabe.. e olha aí a utopia da ciência.. chegar a uma espécie de "soro" ou "tratamento" para distúrbios patológicos obsessivos como o dele.. mas este é um critério que não precisa ser abordado neste exato momento. Apenas continuo mantendo o meu ponto de vista. Foi um caso fácil. As pessoas insistiram em vê-lo da forma romanticamente difícil, atribuindo ao jovem um caráter sofrível.. era capaz inclusive de torna-lo herói em toda esta escabrosa cena.. *ele sorriu de canto, olhando o relógio, estava próximo a seu horário de vôo.. e ela lhe perguntava ironicamente se ele já havia tomado a sua pílula vermelha* Sim, Srta.. eu já a tomei.. quando deixei de crer em um mundo tipicamente cor de rosas.. e passei a acreditar na ciência e no equilíbrio das coisas.. quando passei a enxergar a facilidade com que fatos se apresentam, ao invés de procurar como se diz no ditado popular, cabelos em ovos.. tomei minha pílula vermelha quando aceitei o mundo adulto e a realidade.. e não procurar mais incentivar as pessoas a permanecerem no obscuro.. *sorriu para ela da mesma forma, sendo irônico? O maldito sotaque Dr. Michael Glass fala para Keyra McKellen: britânico e a expressão inalterada não a deixaria distinguir*

Keyra McKellen: *ela ia tragar novamente o cigarro e para no meio do caminho escutando aquele discurso que ele dizia.. era um Britânico.. Um Inglês com seu maldito ponto de vista um tanto quanto peculiar.. o que ele queria afinal? Salvar a humanidade de psicopatas como Henrick Blake? Ela começa a rir.. inclinando o corpo para frente.. apoiando os braços nas pernas e batendo levemente a brasa do cigarro, para que as cinzas caíssem ao solo do parque* Existe uma forma bem interessante.. se ela fosse plausível.. estudos que dizem poder identificar uma pessoa que será um psicopata.. um assassino.. antes mesmo que ele nasça.. e então. *ela levava o cigarro aos lábios e tragava o cigarro.. parecia um pouco pensativa* executarmos eles antes mesmo de seu nascimento... *depois de exalar a fumaça.. ele poderia ver aquele olhar escuro, que parecia sombrio quando ela semi-cerrava levemente os olhos*, mas desta forma estaríamos nos tornando como eles...*ela meneava a cabeça em negação.. a velha rixa entre os escoceses e os ingleses, começava a aflorar, mas talvez isso esquentasse mais ainda a conversa.. ou talvez não.. afinal.. Ninguém provoca um escocês impunemente* Compreendo seu ponto de vista ao achar que está do lado iluminado , tentando levar as pessoas para o seu lado. que me parece um tanto quanto obscuro. Pois segues uma linha reta sem buscar todos os ângulos possíveis de um ponto de vista. A Análise jamais deveria ser vista de forma racional.. de uma forma adulta como vc mesmo o diz. A análise precisa ser vista de todas as formas.. românticas, científicas.. sonhadoras.. realistas.. pois vejo uma pequena falha em todo o seu plano cósmico... Você prendendo como prendeu o motivo de toda a nossa conversa.. poderá estar deixando adormecer o lado psicopata de Henri...*ela abria um sorriso um pouco mais largo* quanto tempo você acha que o seu caso.. ficará preso.. se acaso o Lado meigo que tanto confundiu o Júri.. permanecer ativo.. implorando para que o libertem.. por ele ser. "inocente" *ela frisa com os dedos a palavra Inocente* Eis que surge o seu lado sentimental e sonhador Doutor.. ao desejar estudar o psicopata e achar que ele possa ajudar a ciência.. fazendo com que você encontre uma "fórmula" ou um "Soro" *frisava novamente as palavras com os dedos* que cure estes malditos bastardos. *ela suspira de forma longa e volta ao cigarro* ao meu ver.. Doutor.. te tornaras uma criança que sonha com um objetivo tão sonhado...

Dr. Michael Glass: *ele a escutava.. escoceses e sua incrível mania de agredir em seus discursos ferrenhos e de certa forma violentos contra ingleses.. salve a rainha e a educação dos seus filhos, mantinha-se escutando o que ela falava sobre execução dos pretensos SK antes mesmo do seu nascimento* Se matássemos bebes em série.. seriamos outros SK.. não.. a tese que estudo não se aplica a execução, mas a tratar de linhas neurais.. mas é um estudo ainda.. algo ao qual me dedico e como disse há minutos não convém abrir pauta para discussão sobre ela aqui.. *sorriu classicamente indicando que o assunto sobre sua tese estaria encerrado. não discutiria sobre teorias psicológicas em um parque, quando tudo o que mais queria era estar em um avião de partida para a Inglaterra.. sentia saudades que queria abrandar.. mesmo que apenas em vislumbrar um rosto conhecido.. * E não.. *desta vez sorriu com mais gosto elevando as mãos como a impedir um combate físico* Não.. não quero converter Iluminattis.. não.. não é esta a questão... E sim.. acentuando a minha compreensão sobre as realidades da vida. Busquei todos os ângulos possíveis para avaliar aquele rapaz.. do contrario não seria eu um psicólogo e sim um algoz.. e não foi este o meu papel no júri.. eu deveria encontrar as falhas.. deveria entender a mente daquele homem e foi o que fiz, sobre todos os aspectos possíveis, utópicos, românticos, para então analisá-lo de modo racional, pois se deixasse sentimentos aflorarem.. emoções dominarem o teria julgado capaz e ele seria executado. Henrick não tem um discernimento do que é errado ou certo.. para ele a sua verdade é a sua verdade.. isso lhe atribui a imputabilidade.. a morte não seria um castigo.. pelas mortes que ele causou.. mas uma vingança da sociedade.. seria novamente deixar o emocional florescer. *escutou ela falar sobre ele acreditar que Donny ficaria preso por muito tempo* Infelizmente este critério não depende de mim, e sim das forças policiais, já que ele foi encaminhado para um manicômio judiciário com todas as posologias de seu tratamento... *respirou fundo, a expressão calma e suave ainda a ostentar o rosto, quando percebia o discurso inflamadamente escocês e se culpava por seu bloco de notas não estar ali, rogando que sua mente não lhe traísse.. a jovem lhe renderia uma boa analise psicológica, gostava de embates desta natureza.. o uso da palavra bastardos no texto que ela proferia levava a crer uma certa fúria da jovem no assunto em questão.. a emoção que tomava parte de alguém que se julgava uma desperta.. sendo este o caso, não deveria encarar os fatos como encarava diante do doutor* Não.. utopia vem a ser aquilo que se torna inalcançável.. no caso do estudo é cientificamente provado ser possível.. a busca agora vem a ser conseguir o meio sem a confirmação de seqüelas.. apenas isto.. então.. permaneço ainda do meu lado da tênue linha, Srta.. mas e você? Continua do lado que julga desperto? Sendo tão veemente em divagar sobre alguns pontos que abordou? Creio que te tornas um ser que anda nas trilhas de destino.. e que se perde entre suas bifurcações tornando-se dúbia.. ser dúbio é ser desperto então?

Keyra McKellen: *Se ele queria estar com o bloco de anotações ali.. ele poderia começar a achar que seria melhor não.. pode ver ela voltar a olhar para ele.. pode ver aquele olhar de quem poderia estar para cruzar e linha tênue e capaz de arrancar o coração dele ali mesmo por conta da provocação que ele tinha feito... Diziam que os escoceses perdiam a cabeça facilmente.. às vezes diziam que era mais fácil conversar com uma parede do que com os escoceses.. mas ali.. diante do silêncio que se prolongava entre os dois.. aquele olhar era um olhar que poderia dizer para ele.. encerre o assunto.. saia o mais rápido que puder.. não é saudável ficar aqui... era tudo que ele podia ver naqueles olhos escuros da mulher de cabelos bicolores que deixava o cigarro cair ao solo e de forma calma... extremamente calma... pisar sobre o mesmo apagando-o.. o cigarro não tinha nem mesmo chegado à metade dele... O doutor podia ver a mulher ergue-se e pegar o casaco.. e voltar a olhar para ele* Um desperto... sempre possui os dois lados da moeda... *A voz vinha de forma baixa.. ele não via mais o sorriso naqueles lábios que há tão pouco tempo parecia se divertir com ele* Conhece todos os caminhos que há nos Labirintos do Destino.. sendo capaz de ficar por anos.. analisando cada bifurcação encontrada... Eles jamais se perdem.. mesmo que eles peguem o caminho errado. Esta é a beleza de um desperto.. um verdadeiro desperto.. talvez você compreenda um dia o que ousei falar-te sobre a linha tênue que você caminha sobre o precipício.. pois muitas vezes Dr... Despertos como eu.. agem como o próprio destino... *ela se virava e começava a se afastar.. em certo ponto ele tinha a derrotado naquele embate de xadrez.. ela tinha deixado as emoções falarem mais alto, quando ela sempre mantinha as emoções guardadas em uma caixa.. *

Dr. Michael Glass: *a observou levantar e também estava na hora marcada para seu vôo.. enfim de volta a terra da rainha.. a observou pegar o casaco e falar com voz que agora nada tinha de irônica ou que buscava divertir-se com ele.. havia tocado no ponto chave da garota quando falar das emoções e seu comportamento dúbio* Concordo Srta. um desperto tem que conhecer todos os lados e assim se isenta de um julgamento precipitado.. como o que está fazendo agora.. mas principalmente.. ele tem a sua opinião no mundo.. que vem para si justamente por conhecer todos os lados do assunto.. * E Srta.. sou como Morpheus.. aprecio os mundos fantasiosos de meus irmãos.. como kai'kul o faz sempre.. não seria ele um psiquiatra!? Seria ele a inspirar psicólogos.. psiquiatras e até mesmo escritores.. por permitir que se enxergue tanto o sonhar quanto o mundo mortal.. *ele erguia-se do banco ajeitando novamente o paletó azul marinho para tomar a direção oposta á dela* Estás muito mais para desespero neste exato momento, irmã.. *murmurou enquanto deixava que os sapatos italianos o levassem para o ponto de táxi adiante*

Keyra McKellen: *ela escutava ele a discursar sobre Morpheus.. um psicólogo que se achava ser como Morpheus e julgar Morpheus como ele... ele poderia estar enganado a este ponto e ela gira sobre os pés.. tinha uma última rebatida ao ver ele se afastando.. um sorriso surgia nos lábios* Não!! *ela falava mais alto* Tu és Destruição meu caro Irmão.. Pois Ele Destrói para reconstruir.. para recriar o que já fora criado.. Destróis os sonhos daqueles que por ti são consultados.. moldando em suas mentes.. suas almas.. e seus corações.. o mundo que Você gostaria que eles vissem.. *ela falava daquele modo alto enquanto ele se afastava.. ele podia sentir na voz daquela mulher Um Destino que conseguira ver uma bifurcação interessante.. Não.. ela jamais estaria para Desespero... E Keyra sorria.. virando de novo o corpo e pegando um cigarro.. depois tinha que dar um jeito de descobrir a conta do doutor.. e depositar o dinheiro da consulta*

[Má Perdedora, sim... Mas irei pagar pela consulta Informal Doutor Glass]

Um comentário:

Anônimo disse...

rsss Xeque-mate.... ~^