terça-feira, abril 21, 2009

21.04.2009

Alguns trabalhos sempre retornam, mesmo sendo um deles longe da área literária.
Pessoas dizem que não dá para viver o lado romântico, ou um sonho frágil.
Realmente, no começo não dá.
Apelações, negociações e eis que a minha vida volta a correr nas madrugadas boêmias das vidas de outros.
Corre por esse lado e se afasta de minha vida que diziam ser boêmia.
Meus olhos percorrem o espaço ocupado por pessoas de minha convivência.
Meus pensamentos tornam-se estranhos para as pessoas de minha convivência.
"Você diminuiu o cigarro, McKellen, mas em compensação..."
Eles não completam, complementam, nem se arriscam.
Enxergam-me uma pessoa estranha, uma nova faceta, aparentemente uma pessoa mais sombria e quem sabe até mesmo mais agressiva.
Minhas palavras não são mais delicadas.
Não há mais o lado mãe que protegia a todos.
O lado guardião é o que afaga e o que dá porrada.
Não há mais tempo para sutilezas em minhas palavras.
"Há algo errado com você, McKellen"
Sim... Eu sei que há algo errado, pois meu corpo, minha mente, pensamentos, sentimentos. Tudo voltou a era do Caos.
Caos que se contorce, retorce, que gira, que é agressivo, que consome, que cria, que extingue.
Caos que não possui grilhões. Nenhum tipo de grilhão.
E este Caos... Fere...
...
...
...
Não a mim, mas aos outros que ainda dirão no mais tardar:
"Volte a fumar mais cigarros, McKellen"

segunda-feira, março 23, 2009

23.03.2009

Meu corpo está cansado e o pequeno a esta hora deve estar na escola um tanto quanto atiçado.
Desde nosso retorno ao lar que sempre nos recebeu de braços abertos, venho ficado cada vez mais cansada.
Por um lado o trabalho aumenta na área literária, o que é bom.
Por outro lado o dinheiro torna-se escasso e preciso escutar preocupações alheias quanto ao meu estilo de vida.
Nada demais, confesso.
Meus olhos pedem para fechar mais um pouco, já que a noite foi feita em batalhas.
Batalhas da quais me recordo em conversas mórbidas sobre torturas e morte.
Recebimento de textos sobre morte de outra pessoa que não havia participado da conversa...
Conversas sobre túmulos e paz encontrada em tais lugares para outros tipos de conversas...
Mente que gira perdida em viagens que não serão cumpridas...
Viagens que estão sendo planejadas sem datas prováveis...
E um abraço que me envolve e me arrasta em meus passos à mesa para um café que já devia estar sendo tomado...
- Onde foi mesmo que coloquei meu cigarro?
E no fundo escuto:
"Estás fumando demais, McKellen"

terça-feira, março 03, 2009

03.03.2009

Problemas todos possuem. Quem não os possue, está mentindo.

Mas a questão não é o pessimismo de um dia atípico.

Muitas vezes fico a observar a vida e as pequenas coisas que acontecem para tornar aquele dia único.

Seja a empregada não aparecendo, seja as promessas que o pequeno tenha feito para os amigos, seja a resolução de um dever de casa do pequeno.

Fico fazendo comparações mentais às vezes com o que eu fazia quando tinha a idade de meu filho e juro, que às vezes penso que logo-logo a cabeleira castanha, tornar-se-á branca.

Não que a cor dos cabelos me preocupe, mas o que me preocupa é ver que as crianças de hoje em dia estão extremamente envolvidas com o famoso copia e cola, que esqueceram de como produzir um texto.

E nas tentativas calmas, de tentar fazer entender que se deve partir de uma idéia central e usar algumas perguntas básicas, para então desenvolver, parece tão difícil para a cabeça deles que logo eles estão gritando, xingando, esperneando.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

15.01.2009

Sabe quando seus instintos berram que há algo errado?
Que você se sente como um tigre enjaulado?
Muitos diriam para deixar tais sentimentos de lado, ou até mesmo sorririam dizendo:
- Ué? Você despreparada? A Grande McKellen sem saber como agir?
Para essas pessoas, meu olhar lhe causaria certos calafrios.
Despreparada? Nunca.
Mas isso não diminui a minha ansiedade. O meu andar de um lado para o outro, com os ombros arqueados para trás e o olhar desconfiado.
Alguns diriam mais uma vez que estou fumando cigarro demais, mas até mesmos esses recuam seus passos, quando não estou com o vício aos lábios e me encontro com o olhar tão concentrado na tela de um computador.
Recuam, um, dois até mesmo três passos, passando e rodeando de longe para não sofrerem o bote inesperado.
O Semblante muda, ficando sério, quando sentem minha alma inquieta, selvagem em certo ponto.
Às vezes posso até notar o alívio no suspirar de suas almas, quando deixo o computador de lado e vou fumar um cigarro, para logo em seguida voltar para o computador.
Poderia até mesmo rir, quando algumas pessoas me perguntam se estou bem e digo que não sei.
Mas não rio. As pessoas ficam com medo. Receosas quando meu olhar parece distante, caçando algo que não está lá.
O pequeno fica afastado, o mais longe possível de mim nessas horas e ainda posso escutar os sons indo e vindo, rodeando-me nessa mescla de sons de mata e aparelhagem pesada.
Dos pássaros cantando mesclados com o piar desolado de galináceos novinhos.
O ressoar do sino grita, clama, implora, chamando-me para longe da tecnologia e suspiro, sentindo...
Tendo a sensação a me perseguir.
Aquele mesmo sussurro que não me abandona desde ontem.
Quando mesmo acompanhada, o mundo deixou de existir.
E o peito ainda retumba aquelas mórbidas palavras.